Perdoe-me o leitor por começar esta crónica por pedir desculpa, mas esta semana sinto-me “obrigado” a exaltar uma das figuras de maior orgulho da nossa Maia. Pelo menos uma das que mais respeito e consideração me merecem.
Falo do Sr. Armindo Martins de Oliveira (Antunes para alguns), pertencente há mais fina nata da Maia, sempre se conheceu e residiu na Maia, há pelo menos 6 gerações, por cá estudou, casou, constituiu família e trabalhou. Partiu esta semana traído por um coração que tinha tanto, mas tanto de altruísta, onde cabia tanta, mas tanta tolerância, tanta, mas tanta compreensão, tanta, mas tanta amizade, tanto mas tanto carinho pela Maia e pela sua freguesia de Silva Escura que acabou por não ser suficiente quando precisou desse mesmo coração por uma única vez…
Orgulhosamente Silva Escurense sempre conquistou de forma harmoniosa grandes ganhos para a freguesia, de tal modo que para ele Silva eram apenas o complemento da rosa que nada tinha de escura, mas era tão clara que dava orgulho só ouvi-lo partilhar as suas experiências.
Conhecido por muitos, respeitado por todos, com ele aprendi o orgulho de pertencer à Maia, o respeito que sinto pela freguesia, o amor que sinto pelas pessoas, a mão amiga empresto ao próximo, mas também a coragem de intervenção em prol da melhoria do bem comum e para a melhoria constante da comunidade onde eu como ele nos sentimos sempre em casa.
Não existiam ricos, nem pobres, boas ou más pessoas, apenas gente que merecia ser compreendida, ouvida, ajudada.
A Maia, mas sobretudo a sua freguesia Silva Escura estão de luto. Felizmente, houve tempo para o reconhecimento do seu trabalho em vida, houve tempo para a apreciação dos seus valores. Claro que haverá tempo para a saudade, haverá tempo para a lembrança do carinho, mas sobretudo tempo para apreciar a sua enorme competência de intervenção na comunidade e na sociedade Maiata em geral.
A mim em particular, mas penso que de forma generalizada aos Maiatos fica um exemplo que deve ser preservado, que deve ser seguido, que deve ser partilhado e divulgado. Fica, igualmente, uma grande amizade, um grande reconhecimento e um grande sentimento de dívida que perdurará e ecoará.
Mais do que as temáticas da actualidade, a verdade é que a actualidade pode ser sempre mudada se soubermos escolher os caminhos que nos levam pelas ruas certas.
Nisso o Sr, Armindo foi genial, basta seguir o seu exemplo, respeitar a sua memória e saberemos que estamos nas ruas certas, logo o nosso destino será tão risonho como o dele,
Bem haja.
Por: Ricardo Filipe Oliveira
Médico
Mestre Eng. Biomédica (FEUP)
Lic. Neurofisiologia (UP)
Não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.