Estudo conduzido por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, revela relação geográfica significativa entre o risco de linfoma não-Hodgkin em cães e humanos, na Área Metropolitana do Porto. O documento, a publicar em março de 2019 na revista The Veterinary Journal, é fruto de uma análise realizada entre 2005 e 2016.
Os municípios da área do Grande Porto em que os cães são mais afetados pelo linfoma não-Hodgkin coincidem de forma quase global com os municípios em que há maior risco do desenvolvimento da mesma doença pelos humanos, sendo eles Porto, Matosinhos e Maia.
É no município da Maia que se verifica o maior risco da doença em cães e, no caso dos humanos, o maior risco está no município do Porto, afirma o documento “Incidence, characteristics and geographical distributions of canine and human non-Hodgkin’s lymphoma in the Porto region (North West Portugal)”.
De acordo com o Jornal Universitário do Porto, mesmo quando se consideram ainda outros fatores, a associação da incidência de linfoma não-Hodgkin entre cães e humanos mantém-se.
Os linfomas são dos tipos de cancro mais frequentes em humanos, com uma incidência de 3% para os tipos não-Hodgkin. Em cães, representa 83% das neoplasias hematológicas. Este conjunto de cancros do sistema imunitário afeta pessoas e cães de todas as idades. No que diz respeito à sua mortalidade, é a quinta e a terceira causas de morte relacionada com cancro mais importantes, respetivamente.
Devido a partilharem frequentemente o mesmo estilo de vida que os seus donos, os animais de companhia estão sujeitos aos mesmos fatores ambientais. Doenças com forte componente ambiental, em princípio, também os afetam.