O Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, foi um dos cinco autarcas do PSD do distrito do Porto, que proferiu uma intervenção focada no futuro.
Convidado para participar no Fórum Autárquico do PSD, organizado pela Distrital do Porto, António Silva Tiago, depois de numa primeira intervenção ter referido alguns dos atributos do território da Maia, baseando-se em indicadores de pendor humano, social e económico que fazem do concelho uma comunidade magnética que atrai cada vez mais pessoas para viver, trabalhar e investir, preferiu num segundo momento, ter uma intervenção mais virada para o futuro, abordando a questão da mobilidade sustentável, para falar a seguir, da legitimação do órgão político da Área Metropolitana do Porto.
Como medida para incrementar a mobilidade sustentável, rumo à almejada descarbonização, Silva Tiago sustenta que assim que haja condições, deve ser consensualizado um compromisso a nível das áreas metropolitanas, para que as pessoas tenham acesso a um passe interurbano gratuito, que lhes permita viajar nos transportes coletivos públicos, considerando que só desse modo, será aceitável limitar e taxar a circulação de transporte privado e individual no espaço urbano dessas metrópoles, principalmente no centro das cidades e nas zonas de maior fluxo de trânsito. Para o autarca, essa medida teria efeitos muito concretos na diminuição do impacto que a circulação automóvel tem hoje ao nível das emissões de CO2. Aquele social-democrata entende que a par de outras medidas, o passe gratuito para a AMP, por exemplo, seria uma boa medida em favor da sustentabilidade integral que tanto advoga.
Conferindo um caráter ainda mais político à sua outra proposta, António Silva Tiago, defendeu perante o auditório do Tecmaia completamente lotado, que a Área Metropolitana do Porto precisa de ser governada por um órgão com mais “músculo político”. Aos seus companheiros de partido, o autarca da Maia, apontou várias razões que do seu ponto de vista, justificam que a eleição do Conselho Metropolitano do Porto passe a realizar-se por sufrágio direto e universal, sendo democraticamente eleito pelos cidadãos recenseados nesse vasto território metropolitano.
O Edil maiato é um acérrimo defensor de que a legitimidade democrática que o voto dos cidadãos confere a qualquer órgão que os represente, concede a esses órgãos, um poder inequivocamente dotado de maior capacidade de decisão e de realização, mas igualmente, de maior capacidade de diálogo e de negociação política, porque investido da incontestável legitimidade democrática.
Silva Tiago afirmava essa sua posição, precisamente no momento em que o líder do PSD, Rui Rio, entrava no auditório, facto que lhe permitiu referir que essa sua convicção era do conhecimento do Presidente do partido, desde o tempo em que com ele tomava parte na Junta Metropolitana do Porto, a que Rio presidia.
Na sua perspetiva de partilha colaborativa face à AMP, o anfitrião do evento, entende que: “As áreas metropolitanas precisam de ter mais força política, para que possam enfrentar e resolver os imensos problemas que serão melhor solucionados, se houver essa capacidade de os equacionar politicamente à escala regional…”; “Acredito que mais legitimidade democrática resultará em maior eficácia política…”; “Não nos devemos fechar à possibilidade de fazer esse caminho do sufrágio direto e universal a bem das populações que vivem na região metropolitana…”.