A Universidade Júnior tem captado cada vez mais crianças que querem contactar com diversas áreas de estudo, tendo sido mais de 7000 os jovens participantes nesta edição. Um dos parceiros deste projeto é o CICCOPN, que oferece formação no setor da construção civil.
Acompanhamos a visita do Reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, que em conjunto com Rui Valente, Diretor do Centro de Formação, verificou o sucesso da ação.
Notícias Maia (NM):Qual a importância deste tipo de parcerias?
Rui Valente: O projeto da Universidade Júnior é um projeto promovido pela UP e o CICCOPN colabora com esta iniciativa há pelo menos 10 anos. Aqui, os jovens vão passando pelos vários ateliers, pelos vários ofícios e pelas diversas áreas da construção civil, um setor em claro crescimento e a precisar de mão de obra qualificada. Todos os dias vem cá um grupo de jovens, neste caso do 3º ciclo, e têm a oportunidade de se confrontar com alguns aspetos relacionados com a construção civil e com os materiais.
No fundo isto é uma forma de tentarmos cativar os jovens, de despertar neles algum interesse, para futuramente poderem pensar no seu desenvolvimento profissional. Não queremos que estes jovens sejam necessariamente profissionais da área da Construção Civil, queremos é permitir que eles, através destes ateliers, de forma lúdica, possam contactar com alguns aspetos relacionados com a área.
Isto é tanto mais importante porque o setor encontra hoje uma necessidade muito grande de trabalhadores com mão de obra qualificada.
Reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira
NM: Como está a correr o projeto Universidade Júnior?
António Sousa Pereira (ASP): O projeto está a correr muitíssimo bem. Tem vindo a crescer todos os anos, o número de atividades que tem sido implementado tem aumentado de forma constante. O número de entidades que participam tem aumentado também e hoje já temos um conjunto de entidades que não são da Universidade mas que se associam ao projeto.
Nesta edição tivemos mais de 7000 participantes, o que é um recorde. Esta iniciativa é extremamente importante para motivar os miúdos a virem para o Ensino Superior e sobretudo, é muito importante para eles testarem aquilo que são os seus reais gostos, para assim poderem escolher com alguma segurança o curso que querem frequentar.
NM: A participação de entidades como a CICCOPN é importante como já referiu, mas qual tem sido o feedback dos alunos relativamente ao ensino profissional?
ASP: O feedback é bom e a prova disso é que todos os anos aumenta o número de miúdos que querem vir frequentar a Universidade Júnior. A nossa obrigação é dar-lhes a oportunidade de interagir com contextos diferentes e como tal a nossa intenção é alargar este tipo de operações a instituições como o CICCOPN, porque assim damos a oportunidade a que os alunos, em fases muito precoces da vida, contactem com ambientes de trabalho e em contexto real. Isso é importante para eles poderem escolher algumas áreas de atividade que de outra forma nunca escolheriam, porque não sabem o que são na realidade.
NM: Hoje ainda existem muitos alunos indecisos relativamente ao seu futuro?
ASP: Existem muitos alunos indecisos já dentro da Universidade, porque não sabem se o curso em que entraram é realmente o curso que querem. Este tipo de atividades, mais do que fazer com que eles escolham uma determinada área, é importante no sentido de não escolherem coisas que depois não vão gostar e, portanto, serve quer para motivar quer para desincentivar procuras desinformadas.
A nós preocupa-nos muito ter um número significativo de alunos que entram em cursos que não são de todo adaptados àquilo que é a sua vocação, facto que faz com que o aluno desista – o que é mau – ou acabe o curso que é ainda pior, porque vai ser infeliz toda a vida a desenvolver atividades que não estão adaptadas ao seu perfil.
Este tipo de atividades é extremamente importante na medida em que pode contribuir para reduzir este tipo de situações.