Os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mostram que neste sábado, 19 de outubro, o volume de precipitação foi equivalente à média histórica registada para a totalidade do mês de outubro.
127,9 milímetros de precipitação. Este foi o valor registado na estação meteorológica de Pedras Rubras para o acumulado das 24 horas deste sábado. Foi mais do dobro do registado no Porto (60,3 mm na estação de Massarelos) e ficou bastante próximo do registo médio da Maia para o acumulado do mês de outubro, que é de 139 mm.
O grosso da precipitação concentrou-se essencialmente no período entre as 9.00h e as 14.00h, tendo causado cancelamento de voos no aeroporto Francisco Sá Carneiro, paragem do Metro na linha do Aeroporto, aluimentos de terras em vários locais, inundações e corte de estradas.
Segundo declarações ao Jornal de Notícias do especialista em recursos hídricos Rui Cortes, o Porto assistiu “a uma precipitação máxima que ocorre uma vez em dez anos”, tendo chovido “numa hora metade do que chove no mês de outubro (valores médios)”. Uma precipitação “muito elevada”, mas abaixo da situação máxima de 120 mm/hora para o Porto, que só acontece uma vez em cem anos, explicou o docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
No centro comercial Maia Jardim, que está implantado junto a uma linha de água, ficaram retidas mais de 200 pessoas devido à subida do nível das águas. Os clientes terão sido avisados do perigo através do aviso sonoro do centro comercial. Vários carros estacionados no parque estavam a ficar submersos pela água mas muitos já não conseguiram sair a tempo, tendo sido retidos pelas consequências da intempérie.
Ainda na Maia, na A41, morreram duas pessoas num acidente de viação, na zona de Nogueira, devido a um despiste seguido de colisão com um reboque. A três quilómetros de distância deste acidente, a via teve de ser cortada nos dois sentidos, devido à queda de uma infraestrutura.