O FC Maia Lidador incapaz de jogar feio, volta a deixar fugir pontos em casa e novamente depois do tempo regulamentar. O SC Rio Tinto marcou o golo do empate aos 91, penalizando os maiatos que começam a cometer demasiados erros comprometedores.
Enquanto Portugal defrontava o Luxemburgo em jogo que podia valer (e valeu) o apuramento para o Campeonato da Europa em 2020, o Maia Lidador e o Rio Tinto aqueciam para um jogo da Divisão de Elite. Duas realidades distantes mas próximas no interesse pelo futebol. No Estádio Prof. Dr. José Vieira de Carvalho observava-se a entrada das duas equipas em campo, enquanto se mantinha uma parte da atenção na seleção nacional que “não estava a jogar grande coisa”, comentava um adepto maiato.
Foram mais dois pontos que o Maia Lidador deixou pelo caminho, depois de não conseguir segurar a vantagem de uma bola frente a um Rio Tinto que até jogava com apenas 10. Os maiatos ficam assim a 8 pontos da liderança e começam a ter que fazer contas, principalmente no que à equipa diz respeito, uma vez que já desperdiçaram uma mão cheia de pontos de forma altamente discutível. Basta lembrar o jogo com o Nogueirense e com o Grijó.
Este jogo da 12ª jornada ficou igualmente marcado por uma arbitragem pouco capaz de segurar o jogo e de um Maia que, não bastassem as dificuldades que sente em jogar fora, insiste em não fazer o que é preciso para segurar pontos.
Vamos por partes
Bock, treinador do Maia Lidador, fez alinhar Paiva, Li, Renato Maia, Ricardo Costa, Cadu, André Tavares, Dani, Jiang, Pedró, Miguel Pinto e Cafú (capitão).
A primeira parte foi de grande luta e as equipas encaixaram-se uma na outra, acabando por ficar marcada pelo forte timbre das entradas crispadas do Rio Tinto. Os jogadores de amarelo eram tão eficazes a jogar impetuosamente como a cair com uma facilidade que poderia levar a que um nutricionista ficasse preocupado com uma possível falta de proteína. Ficaram duas jogadas que poderiam ser merecedoras da mostragem de cartões amarelos, pelo menos.
Nos primeiros 45 minutos, fica ainda a nota para uma oportunidade de Cafú, de cabeça, que permitiu a defesa do guardião adversário. Esta tem sido a tónica do veterano avançado do Maia Lidador nos últimos jogos. Apesar de continuar a apresentar trabalho, a eficácia fica no lado oposto da quantidade de palavras proferidas em campo. É audível que Cafú se farta de falar para os companheiros, mas a pontaria, essa, tem sido fraca. Leva apenas 3 golos em 12 jogos.
Na segunda parte a tónica da partida manteve-se. Nenhuma das equipas queria ceder para o adversário e jogou-se várias vezes no limite e fora do limite da lei. O Rio Tinto aos 48, 55 e 61 minutos, da segunda parte, teve entradas que eram merecedoras de ação disciplinar acessória, principalmente aos 61 minutos, quando o camisola 10, Carlos Manuel, derrubou com intenção clara o adversário.
No seguimento da marcação da falta, Miguel Pinto ia inaugurar o marcador com um golaço sem hipótese de defesa para Matos.
Logo de seguida, aos 67 minutos, o jogo manteve-se duro e Miguel Pinto na reação a uma falta cometida pelo próprio, iria sofrer uma violenta cotovelada de Álvaro, número 31. Expulsão com vermelho direto, sem discussão. Só a partir deste momento é que a arbitragem começou a tentar segurar o jogo.
Maia Lidador incapaz de vestir o fato de macaco
A vencer por 1-0 e a jogar com mais um elemento, quando faltava meia parte da segunda metade para o final do jogo, os maiatos foram novamente incapazes de vestir o fato de macaco e trabalhar para agarrar o mais importante – os três pontos. O Maia Lidador insiste em não jogar feio e em complicar a própria vida. Aos 91 minutos, no seguimento de uma recuperação de bola no meio campo defensivo, o experiente Cafú decide dominar e tentar driblar dois adversários, tendo acabado por perder o esférico resultando na jogada fatal. Não se percebe como é que em período de descontos e numa situação de pressão, a bola não vai para a bancada. Um erro incompreensível e que vale dois valiosos pontos.
O golo do Rio Tinto fica marcado pelas comemorações desnecessárias de Diogo Teixeira. O jogador de 29 anos depois de marcar golo, decidiu mandar calar os adeptos do Maia Lidador, por alguma razão que só o próprio poderá explicar. Um momento nada positivo e escusado para o desporto.
É uma história que se repete durante esta época. O FC Maia Lidador insiste em perder bolas em zonas proibidas que resultam em golos dos adversários. A equipa tem apresentado dificuldades em jogar feio quando é preciso e desta forma, arrisca-se a ficar de fora dos lugares de subida. AM