O estudo é do Instituto de Saúde Pública de Barcelona e afirma que, cerca de 5% de todos os casos de cancro da bexiga na Europa, podem ser atribuídos à exposição a químicos na água potável.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Instituto de Saúde Pública de Barcelona (ISPB), um conjunto de investigadores terá encontrado uma relação entre o número de casos de cancro na bexiga e a concentração de trihalometanos (THM) na água. Estes THM formam-se no processo de desinfeção da água.
A União Europeia impõe que a concentração de THM na água não tenha picos que ultrapassem os 100 microgramas por litro. Apesar de a média anual de THM na água da torneira, em Portugal, se situar nos 23,8 microgramas por litro, o ISPB lista Portugal como um dos países com alguma incidência de casos de cancro da bexiga atribuíveis a exposição a THM com uma percentagem de 9,1%. Em termos de percentagem lidera o Chipre (23%), Malta (17%) e Irlanda (17%) como os países com maior relação entre estes dois fatores. No outro extremo está a Dinamarca com 0% e a Holanda com 0,1%.
No total, os investigadores concluíram que 6.561 casos de cancro da bexiga por ano na UE são atribuíveis à exposição a trihalometanos.
Os investigadores do estudo recomendam que os países com níveis mais elevados de THM na água tratada façam esforços para reduzir esses compostos. Ainda na conclusão, os autores estimam que, se os países com níveis mais elevados de THM reduzissem esses valores, poderiam ser evitados 44% dos casos anuais de cancro de bexiga atribuíveis a exposição a THM.