A ministra das Finanças “não vê” de que forma o colapso do BES pode ter impacto na economia.
Maria Luís Albuquerque, que está na Comissão de Orçamento e Finanças do Parlamento para apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2015, foi confrontada pelo deputado socialista, João Galamba, sobre aquilo a que apelidou de “apagão” do efeito do BES no cenário macroeconómico.
Em resposta ao deputado sobre que efeitos pode o colapso de um dos maiores bancos privados nacionais e subsequente resolução da instituição ter na economia, a ministra das Finanças disse: “não vejo como é que pode haver impactos do BES na economia” e “não se vê como é que pode haver um impacto da medida de resolução”.
O Tesouro emprestou 3,9 mil milhões de euros ao fundo de resolução (os bancos puseram mais mil milhões) para salvar o BES, hoje Novo Banco, sendo esse fundo o acionista único da instituição.
O BES era referido, à altura da sua falência, em julho, como sendo o maior banco privado nacional.
A ministra diz que não há efeitos na economia e que os contribuintes vão ser ressarcidos do empréstimo feito para salvar o banco mal este seja vendido. Não se sabe se com prejuízo ou lucro.
O deputado do PS confrontou ainda a ministra com previsões recentes (FMI, Comissão Europeia) que dão conta de uma desaceleração económica em vários países relevantes para Portugal, bem como um abrandamento pronunciado da economia internacional.
Albuquerque rejeitou que o cenário do OE ignore os desenvolvimentos mais recentes. Disse que “são previsões sérias” e que quanto às previsões de abrandamento externo “são riscos que estão identificados no OE”.
“Prevemos um crescimento de 1,5%, que até consideramos modesto, e uma procura externa liquida que esperamos ser possível concretizar”.
Fonte: dinheirovivo.pt