Está neste momento em avaliação e deverá hoje ser tomada uma decisão nesse sentido
Devido ao aumento brutal de casos 524 no concelho do Porto, que hoje passou de 417 para 941 e à possibilidade de o concelho e a área metropolitana se encontrarem esquecidos pelo plano nacional de contenção, Graça Freitas admitiu na conferência de imprensa desta segunda-feira, a possibilidade de instaurar um cerco sanitário. “Está neste momento [em decisão] e deverá hoje ser tomada uma decisão nesse sentido”, afirmou.
Os dez concelhos com mais casos positivos são os mesmos de ontem mas os números são bastante distintos. O concelho do Porto subiu 524 casos, chegando agora aos 941, ao mesmo tempo que a Maia sofreu o aumento mais ligeiro dos últimos dias, de 296 para 313 casos.
Presidente da Câmara da Maia já tinha questionado ARS Norte
Na passada terça-feira, a autarquia da Maia informou através de um comunicado que Silva Tiago “evocou a possibilidade de ser decretado o estado de calamidade no concelho e a instituição de um cordão sanitário, mas o principal responsável da administração de saúde do Norte revelou que a situação da Maia não é diferente da maioria dos concelhos do Norte e do País. Acresce que um cordão sanitário se justifica, do ponto de vista técnico, quando se está perante uma transmissão comunitária, não havendo dados, neste momento, que isso se verifique na Maia, onde estão identificadas as cadeias de transmissão do vírus“.
Gaia, Maia, Valongo e Gondomar pediram cercas sanitárias durante a semana passada. ARS Norte recusou.
Na semana passada, a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte não via resultados numa cerca sanitária por causa do coronavírus, como acontece em Ovar, e recusou que fosse ativada em quatro concelhos do Grande Porto. A denúncia foi feita pelo presidente da Câmara de Gondomar e da Comissão Distrital da Proteção Civil, Marco Martins. A explicação dada pela ARS Norte ao autarca foi a de que a cerca sanitária não é eficaz, tem mesmo sido dado como exemplo o caso de Ovar, onde os responsáveis da ARS Norte dizem não estar a resultar.
Rui Moreira lançou duras criticas
Numa publicação na rede social Facebook, o autarca do Porto critica a falta de estratégia do Governo para ” para cinco dos seis municípios que mais casos e mais mortes registam: Porto, Gaia, Maia, Matosinhos e Gondomar, de que o Porto é epicentro geográfico, demográfico e hospitalar”. Rui Moreira denuncia ainda que, ignorando o resto do país “com o apoio oficial e da televisão do Estado, decorre um peditório nacional para instalação de um hospital de campanha na capital”.