O governo vai investir 1 milhão de euros no TV Fest, um canal de televisão para dar palco aos músicos nacionais durante pelo menos 30 dias. Já existe uma petição a pedir o cancelamento da iniciativa.
Foi um anúncio relâmpago. A ministra Graça Fonseca anunciou esta quarta-feira que o TV Fest inicia esta quinta-feira, em parceria com a RTP, e com um investimento de 1 milhão de euros que saem das contas do ministério da cultura.
Os quatro primeiros cantores são escolhidos por Júlio Isidro – que lança o festival: Fernando Tordo, Marisa Liz, Ricardo Ribeiro e Rita Guerra. Depois cabe a cada um destes artistas escolher os seguintes, criando assim uma corrente entre os protagonistas. Uma espécie de amigo chama amigo.
Os espetáculos serão gravados a partir de casa dos artistas. O TV Fest vai buscar inspiração ao Festival Eu Fico Em Casa, uma iniciativa orgânica de uma série de agentes culturais que colocou artistas a dar concertos em casa. A diferença é que este festival apoiado pelo ministério da cultura não é orgânico e paga 1 milhão de euros aos selecionados por Júlio Isidro e restantes intervenientes.
“Este apoio governamental estende-se não só aos músicos, mas também às suas equipas técnicas e agentes, que cada músico é encorajado a identificar publicamente na ficha técnica do programa em que participa”, refere a nota do Ministério da Cultura.
Já existe uma petição a pedir o cancelamento do TV Fest
A iniciativa está a gerar reações. Uma petição já assinada por mais de 6 mil pessoas, afirma que “a realização do TV Fest, no presente estado de emergência, constitui uma ameaça ao ecossistema cultural português que elimina curadores, diretores artísticos, músicos, técnicos e os demais, operando através de um jogo em corrente exclusivo, e de círculo fechado, aos seus participantes artísticos, que desclassifica a participação, representatividade e diversidade de um sector, constituindo uma medida antidemocrática e não inclusiva”.
Vários músicos pedem o cancelamento do TV Fest
Na petição encontram-se vários signatários que são artistas e agentes. Ana Miró, Joaquim Durães, André Tentugal, António Pedro Lopes do Festival Tremor, Pedro Chau, Luís Severo, Salvador Sobral, Rui Portulez da Valentim de Carvalho, são alguns dos nomes.