É neste presente insólito que continuamos a olhar para o futuro que, se é sempre incerto, se calhar nunca o foi tanto como agora. Ninguém sabe realmente o que vai acontecer, mas sabemos que além das vítimas do imediato, o futuro será muito difícil para a generalidade dos portugueses.
Iremos precisar da solidariedade de todos, mas iremos precisar, ainda mais, de uma liderança forte, pragmática e eficaz. Deixamos de viver o tempo das fotografias e dos truques mediáticos para disfarçar a incompetência.
Os nossos líderes políticos vão precisar de saber comandar, de delegar e, sobretudo, de garantir que a execução é exímia.
Estamos em guerra e é necessário disciplina. Precisamos de estadistas. Já não temos tempo para líderes frouxos. É altura de preparar e executar. Os concidadãos que nos deixam mais cedo por causa desta partícula altamente infecciosa merecem esse respeito e os que cá ficam, não vão perdoar incompetência.
Em guerra a incompetência não tem lugar, a incompetência paga-se com vidas. As decisões precisam de ser tomadas com rapidez e com base na melhor informação possível. A trapalhada nas informações da DGS tem de acabar. Graça Freitas precisa de deixar de ter devaneios. Os erros pagam-se caro mas pagam-se ainda mais caro se não forem corrigidos a tempo. É preciso essa coragem.
E precisamos de armas. Precisamos de ventiladores, de equipamentos de proteção e de testes. Não precisamos que António Costa nos diga que não falta nada no SNS, precisamos que António Costa garanta que não falta nada no SNS.
A guerra não é só de portugal. As palavras do Ministro das Finanças Holandês são uma tonteria que tem de acabar no seio europeu. António Costa esteve bem na reação e no murro que deu na mesa. Dispensamos bem chicos espertos que só metem areia na engrenagem.
O projeto europeu encontra nesta crise o maior desafio à sua continuidade. Ou conseguimos dar um passe em frente, e percebemos que não há europa sem solidariedade, ou a união vai cair. Precisamos de um novo plano Marshall, que seja uma realidade posta em prática em tempo útil.
Em poucos anos voltamos a precisar de que quem governa tenha capacidade de tomar decisões difíceis.
Como conseguimos retomar a economia nacional? Qual será o futuro das pequenas e médias empresas,que são a maioria do tecido empresarial português?
Vamos precisar de injetar liquidez na economia se queremos evitar que o lugar das palmas e música à janela seja ocupado pela insurreição. A necessidade aguça o instinto de sobrevivência mais primitivo. A banca terá de ser obrigada a cumprir a sua obrigação social.
A reconstrução tem de ser acautelada e iniciada. O futuro é agora.
Aldo Maia
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