Começou esta sexta-feira, no Tribunal da Maia, o julgamento que opõe a inspetora da PJ Ana Saltão à apresentadora da SIC Júlia Pinheiro, ao comentador Hernâni Carvalho e ao antigo inspetor Carlos Anjos, por crime de publicidade e calúnia.
A investigadora – entretanto absolvida do homicídio da avó do marido, ocorrido em 21 de novembro de 2012, com 14 tiros – deduziu acusação particular aos três arguidos e foi aceite por um juiz que reconheceu indícios de crime e pronunciou as “estrelas” da estação de Carnaxide.
O caso reporta à rubrica integrada no “Queridas manhãs” da SIC, no qual Hernâni Carvalho comenta casos de polícia que fazem parte da agenda da atualidade e onde foi abordado o tema da inspetora da Polícia Judiciária do Porto, referindo-se a Ana Saltão como “a autora” do homicídio de Montes Claros, além de tecerem “algumas considerações” sobre a sua personalidade, lê-se no despacho de pronúncia.
O juiz entendeu que “os factos imputados” na rubrica televisiva a Ana Saltão “não se resumem à [alegada] autoria de um crime de homicídio”. “Não estão ao abrigo do interesse público mensagens populistas e sensacionalistas, que apelam a sentimentos gratuitos de indignação e revolta”, regista ainda o despacho de pronúncia.
A visada assistiu aos programas a partir da cadeira de Santa Cruz do Bispo, onde esteve detida, e sentiu-se “envergonhada, humilhada e enxovalhada” pelos comentários desencadeados, tendo mesmo que se isolar. Em tribunal, exige uma indemnização de 50 mil euros.
Júlia Pinheiro está na Maia para responder e defender-se às acusações logo na primeira audiência. O julgamento tem a segunda sessão marcada para a tarde e continua a 22 de maio.
Fonte: jn.pt