Serão marcianos ou apenas lunáticos? É o PS meus senhores e tudo vai mal no Largo do Rato. Quando aparentemente a nave já bateu no fundo, eis que a proa volta a baixar iterando a cada dia um novo naufrágio mediático. Tem sido assim desde que António Costa tomou a liderança socialista de assalto, qual versão Shakespeariana de Brutos a apunhalar César. Essa manobra fratricida não caiu bem em certas hostes socialistas, muito menos foi perdoada pelo eleitorado. Era um prenúncio de que Costa estava e está disposto a tudo para chegar a primeiro-ministro, nem que para tal tenha de prometer uma coisa e o seu inverso. Pese embora uma inicial ligeira subida nas sondagens, a tónica rapidamente se inverteu, falando-se agora que uma desvantagem de 6 pontos em relação à coligação Portugal à Frente.
Reza a história que no seu tempo, Sócrates só prometia criar 150 mil postos de trabalho, contra os mais de 200 mil que Costa agora promete e mesmo assim conseguiu levar o país à falência, fazendo-o regredir década e meia no produto interno bruto, duas décadas no investimento, outras duas no emprego e uma década na luta contra a pobreza. Interrogo-me pois, como ficaria o país se António Costa tivesse a oportunidade de pôr em marcha o seu plano despesista e desregrado. Por muito crédito académico que possa ser dado a Mário Centeno, não deixam de surgir três grandes interrogações relacionadas com o tão famigerado cenário macroeconómico socialista. Primeiramente, é de estranhar que o PS assegure que a sua capacidade para fazer contas é melhor do que em 2008 ou 2011. No governo Sócrates já existia Excel e nessa altura, em que António Costa passou pelo governo, os cálculos divinos do PS levaram o país a pedir auxílio externo. Segundo, não deixa de ser curioso que, apenas 4 meses volvidos, já tenha sido apresentada uma retificação a esse mesmo cenário fazendo lembrar os tempos do PEC IV, em que de erro em erro o PS seguia ludibriando os Portugueses. Para quem afirma que a economia portuguesa está de rastos, é fascinante que o PS prometa agora e em apenas dois anos um nível de crescimento não visto há mais de quinze. Em terceiro lugar, o PS e Mário Centeno apenas mostraram números finais, estando os cálculos para chegar a esses números ainda por revelar. Mário Centeno foi chamado por ser um economista e um académico respeitado e assim dar credibilidade científica ao plano. Tem portanto a obrigação acrescida de fazer com que os seus estudos possam ser analisados e que os dados sejam acessíveis a todos.
O PS quer para Portugal uma nova falência a prazo, acreditando que o voto é um ato de fé e não o resultado ponderado da seriedade, do debate e da ação política. Bastaram nove meses para que a “força dada pelo Syriza e a sua linha de atuação” lançassem novamente a Grécia num período de incerteza eleitoral, estando agora numa situação económica e social bem pior. Todos os dias chegam-nos boas notícias sobre Portugal, seja o PIB a crescer, a divida a diminuir, ou o desemprego a baixar. António Costa fala muito e nunca acerta. Foram as declarações aos Chineses sobre a melhora do país nos últimos anos, a saída relâmpago da Câmara de Lisboa, o desconchavo com a candidatura de Sampaio da Nóvoa, a redonda derrota nas eleições da Madeira, as ameaças por SMS, o desconforto gerado com as listas de deputados, o amadorismo da pré-campanha, o embuste dos cartazes com vidas inexistentes, a candidatura contracorrente de Maria de Belém… Um calvário que ameaça não ficar por aqui.
Agora nem mesmo João Galamba, com toda aquela demagogia deturpadora da realidade e grandes doses de spin altamente manipulativo, vai conseguir aclarar o que Costa pretende ao esclarecer que “convém não confundir promessas com aquilo que são estimativas dos resultados das promessas”. Nem mesmo Costa se terá apercebido que afirmou ter muitas promessas e zero garantias. Portugal pode mais!