No passado dia 28 de Outubro, quarta-feira, deu-se a primeira Assembleia Extraordinária da Freguesia da Cidade da Maia. Na ordem de trabalhos estava presente a necessária apreciação sobre uma auditoria externa aos documentos de Gerência das anteriores Freguesias de Vermoim, Maia e Gueifães, realizada a pedido do executivo liderado pela Presidente Olga Freire. Este documento revestiu-se, pese embora a já natural relevância, de uma particular importância política, pois foi invariavelmente mencionado pela oposição (PS/MMM/BE/CDU) em todas as Assembleias realizadas no presente ano. A oposição de forma mais ou menos veemente, questionou o tempo que a auditoria estava a demorar para terminar o trabalho, enquanto exigiu ao executivo a urgência no resultado da auditoria como se de uma importante peça de um tabuleiro de xadrez político se tratasse. O relatório encontraria em si mesmo, a sustentação política para a forma irresponsável como a oposição se tem comportado, e consequentemente seria a peça necessária para um xeque mate político. Se isto era uma questão de crença, ou de uma simples má leitura e estratégia política, não consigo precisar.
O resultado deste trabalho demorou cerca de um ano a ser revelado, facto que segundo o Revisor Oficial de Contas responsável pelo mesmo, se deveu à complexidade de auditar as contas das três Freguesias que agora se fundem em apenas uma, e devido a questões de ordem técnica que demoraram a ultrapassar. Na substância, que é o importante, os resultados permitem retirar duas conclusões claras. Em primeiro lugar, o relatório conclui existirem insuficiências admnistrativas na antiga Junta de Freguesia da Maia, e consequentemente deixa as maiores reservas à fiabilidade dos documentos de Gerência da mesma. Em segundo lugar, como consequência da forma como era feita a gestão da Freguesia mencionada, este relatório vem validar a decisão de trazer a gestão do Jardim Zoológico da Maia de volta à esfera patrimonial da Junta de Freguesia da Cidade da Maia, retirando à Cooperzoo as respetivas competências. Decisão esta que tem sido usada pela Esquerda parlamentar, como argumento político para reprovar cegamente tudo que vá a votação.
Perante esta novo dado político, a oposição, a Esquerda que reclamou pelo relatório, no último ano, em todas as oportunidades, pouco se ouviu. Perante e finalmente a presença do tão desejado relatório, com todas as conclusões políticas inerentes, a Esquerda calou-se. Fosse a leitura das contas favorável à “Coligação Negativa da Maia”, e teriamos intervenções infindáveis e pedidos de demissão do executivo, mas, como não é, perante a queda de sustentabilidade política, a “Coligação Negativa da Maia” dispensou a discussão.
Esta Esquerda na Maia, já sabemos, pouco defende os interesses da Cidade, concentrando-se ao invés na concertação de estratégias que visam exclusivamente dificultar o trabalho de quem governa, com o objetivo último de derrube do executivo, – qual António Costa e a sua “Coligação das Esquerdas Todas” – mas ainda assim, esperava-se mais. O PS, MMM, BE e CDU reprovaram inclusive, a tentativa de introdução de um ponto para a discussão do que fazer com o relatório, proposta pela mão do Deputado António Fernando da bancada do PSD/CDS.
Resta agora saber se as forças da oposição depois de terem reprovado todos os orçamentos apresentados, de terem ceifado 180 mil euros das receitas da Cidade e ignorado os eleitores que neles votaram, vão agora assumir o seu papel de relevância enquanto oposição responsável, ou vão continuar a assobiar para o lado, prejudicando o mais que podem o trabalho do executivo.
Aldo Maia