1.- uma “boa governança” é o mínimo que se exige a quem governa uma autarquia. quer seja municipal. quer seja de freguesia. ou de região quando existirem. ou mesmo do país. vamos deter-nos no que diz respeito às autarquias locais. um bom governo não é um bom gestor financeiro. ou melhor. também é. livres das pessoalidades trôpegas as camaras e as juntas são o âmago da população. porque são muito próximas das pessoas. daí que alguns indigentes políticos ameaçam sucessivamente as populações. são mandões. sábios. inteligentes. de forma arrogante a sem parcimónia. percebem de tudo. dão os seus palpites para o local. nacional e internacional. brotando sabedoria de ribanceira. nadando em águas trôpegas. mas percebendo de tudo. ao povo dão a sua barbária inteligência. como se ele não se apercebesse. não soubesse quem estava no comando. mandriões e não reformados. apresentam-se de todas as cores. atiram em todas as direções. não conseguem saber que direção é diferente de sentido. assim não teremos boa governança. mas boa vaidade e intolerância. ao ponto de vociferarem sádicas prosas. para alguns verem e outros colocarem no cesto dos papéis. mas não é sobre isto que iremos falar. mas da boa governança.
2.- o bom governo apreende-se pelo fator cultural. antes do mais. sem cultura não existe bom governo. a cultura que se forma no seio das populações. existem livros que ensinam. mas estes só por si não constroem a cultura. esta é baseada na tradição e na história. por isso é basilar na boa governança. a cultura faz-se. constrói-se. a cultura é básica para a coesão social. no entanto se um povo não possui uma vivência espiritual não existe cultura. a coesão social é determinante para o ambiente. e este está no comando da economia. sem coesão social e um ambiente limpo não existe desenvolvimento da ecologia económica. por mais que queiramos. só a integração do desenvolvimento sustentável é possível determinar um sentido de bem comum.
3.- mas desenvolvimento sustentável não é uma direção ambiental. mas uma decisão do bom governo. enfeudar o pilar da ecologia num casulo ambiental é antes de mais um erro técnico. de gestão e estratégico. assim não é possível um bom governo. o governo de topo é que se baseia no desenvolvimento sustentável. não numa casinha. numa orgânica que os poderes querem enclausurar. a sustentabilidade é assim a razão de ser em si. não um pentáculo que se lança nas mãos de qualquer gestão. as autarquias ligam muito à igualdade entre sustentabilidade e finanças. ou mesmo entre sustentabilidade e ambiente. mas não é assim. isso é um determinismo de não quer compreender a ecologia com fator determinante. a relação entre os seres vivos. desta relação sai uma dinâmica entre os vários fatores. económicos. ambientais. sociais. culturais. vejam-se os objetivos 2015-2030 da onu. chamam-se não do milénio. mas do desenvolvimento sustentável. ao nível do secretário-geral da organização das nações unidas.
4.- para isso há que compreender o que é o risco. e o perigo. compreender o risco é traçar um não-medo. a incerteza é o risco. mas assumido com um não-medo. ou melhor com um medo controlado. em todas as etapas. assim o referenciam várias normas e legislação. ainda agora com a iso 9001. ou a iso 14001. ou a iso 45001. elaborar os mapas do risco com a iso 31000. só depois da aplicação destas normas pode existir excelência nas organizações. mormente nas camaras municipais. ou juntas de freguesia. assume proporções de erro estratégico a excelência sem estas normas. e a legislação correspondente. só daqui se pode lançar o desenvolvimento sustentável. aí é o começo. e mais o risco. risco natural. do direito natural. risco sistémico. da nossa relação enquanto seres vivos. humanos ou não humanos. que os nossos autarcas pensem nisto. sim. mesmo aqui na maia. para existir uma boa governança. pensar global. agir local.
Joaquim Armindo
Doutorando em Ecologia e Saúde Ambiental
Mestre em Gestão da Qualidade