Em tempos não muito distantes confidenciei e até escrevi, embora de forma não muito explicita que a tomada de decisão do Dr. António Costa em formar um governo apoiado por uma maioria da esquerda parlamentar poderia muito bem ser o prenúncio de tempos difíceis para o Partido Socialista (PS).
Efectivamente, numa tentativa cega de valorização pessoal, mesmo autista, e quando se pedia a cabeça no PS do Dr. António Costa, eis que é tomada a decisão mais fácil… romper com o bloco central, e ajustar agulhas à esquerda.
Acontece que com esta decisão, o Partido Social Democrata (PSD) tem aproveitado (e de que maneira) para reiterar as suas politicas Sociais Democráticas, que até são bem de esquerda nessa Europa fora. Ora, com esta radicalização o PS e António Costa já começaram a tirar dividendos. A derrota das presidenciais foi penosa. E, ou muito me engano, ou com o aproximar da ideologia que sempre seguiu o PSD para o centro esquerdo, e se conseguir fazer esquecer o neoliberalismo e as suas politicas recentes que não beneficiavam o todo da população, mas só uma parte, o PSD pode muito bem ir de encontro ao eleitorado que habitualmente é conquistado pelo PS.
Quem vai votar num PS “vira casacas”, se pode votar naqueles que sempre primaram por deixar bem claras as suas ideologias politicas como o Bloco de Esquerda (BE), ou o Partido Comunista Português (PCP)?
O PS arrisca-se a ter um rombo demasiado grande nas próximas eleições e a ir ao tapete por KO. Saberá Costa lidar com esta situação? Mais, haverá no PS alguém disposto a mudar as regras e as decisões? Manter-se-á o acordo de esquerda até ao fim?
Costa vai somando asneiras, atrás de asneiras. Afinal o livro mágico de resolução de problemas, não passava apenas de um livro mas que não é mágico. Afinal a solução para resolver os problemas é o encapotamento da subida de impostos. São os cidadãos mais abonados que vão ser prejudicados com o aumento dos combustíveis? Ou são aqueles que lutam diariamente os que mais lhes vai sair do bolso? As greves já começaram… Não vejo ninguém mais feliz…
Mas esperem sempre vão haver mais médicos… reformados que vão voltar aos serviços enquanto jovens médicos não têm acesso a vagas de especialidade por excesso de médicos (decida-se Dr. Costa!). Não me parece ser a melhor medida para travar a emigração, mas…
A divida à Troika, foi renegociada… agora só temos de pagar quando acabar este mandato… mas com mais juros!!!
Esta estranha prática do socialismo perturba-me, e penso que perturba muitos socialistas que não se revêem nestas politicas.
Estas mentiras constantes, este tapar o Sol com a Peneira foi um truque antigo, numa altura diferente, onde a iliteracia dominava. Agora, e basta olhar todos os dias para os meus doentes, as pessoas são cultas, informadas, têm acesso a muita informação, reflectem como nunca… e estas coisas não são fáceis de esconder… nem de explicar.
O Professor Marcelo de Sousa ganhou à primeira com mérito. Mas mais do que a sua vitória, destaco a enorme derrota do PS, mesmo que tenham aquela desculpa que não apoiaram ninguém.. enfim! Faz falta à democracia portuguesa um partido socialista forte, que discuta ideias de politicas. Um PS autista e radical não faz falta. Um PS que mente e acaba enxovalhado por Bruxelas também não faz falta.
Posso-me enganar, mas este encostar à esquerda de Pedro Passos Coelho no seu discurso antevê uma estratégia de lince, e de conquista de um território há muito perdido para o PS.
No meio de tudo, continuo a afirmar e a pedir: Por favor não gastem mais do que aquilo que ganha. Por favor não façam engenharias financeiras. Por favor não nos enganem.
Deixem-se de mentiras ou de falsas verdades, porque no fundo o que os cidadãos portugueses querem é só a Verdade… nada mais!
Ricardo Filipe Oliveira,
Médico;
Doc. Universitário UP;
Lic Neurof. UP;
Mestre Eng. Biomédica FEUP ,
Não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.