Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, pede percentagem de voos no aeroporto Francisco Sá Carneiro idêntica a Lisboa.
Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, afirmou esta sexta-feira em entrevista ao Porto Canal, que pretende encontrar estabilidade para a TAP, por forma a que esta “desse a importância devida ao aeroporto de Francisco Sá Carneiro e ter pelo menos a mesma percentagem em relação ao aeroporto de Lisboa”.
Aos novos gestores da TAP, pede que “olhem para este destino com a preocupação que ele merece” e que olhem para os números que tinham antes da pandemia uma vez que o aeroporto do Porto “crescia cerca de 10% ao ano” e que em 2019 teve o movimento de 13 milhões de passageiros.
Esta quinta-feira, o Governo anunciou que chegou a acordo com os privados, de modo a ficar com 72,5% da companhia aérea portuguesa, uma aquisição que ascende aos 55 milhões de euros.
No Orçamento do Estado Suplementar está assumido o impacto no défice e na dívida do empréstimo de 946 milhões euros que o Estado vai fazer à TAP – e que pode chegar até aos 1.200 milhões de euros.
Nuno Botelho, líder da Associação Comercial do Porto compara TAP a BPN, BES e CGD
O presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, afirmou que o negócio da TAP é “ruinoso para Portugal” e comparou as injecções financeiras na companhia aos casos “BPN, BES ou Caixa”.
“Não podíamos ficar calados diante de um negócio que vai ser ruinoso para Portugal. (…) Todos sabemos que Portugal, ao longo da sua história mais recente, tem gerido de forma absolutamente errada e inconsciente os dinheiros públicos. São vários os exemplos de empresas em que o Estado tem vindo a ser chamado para colocar dinheiro de forma absurda, de forma ruinosa, nociva para a contas públicas”, afirmou, salientando que Portugal continua a ser um dos países da Europa com maior carga fiscal e isso deve-se “a muitos destes negócios”.
O dirigente deixou claro, durante uma conferência de imprensa, que a ACP não faz “política partidária”, nem tem “nada contra o Governo actual“, defendendo que o que está em causa é o interesse do país e dos portugueses, pelo que não pode ser apelidado de “regionalista, bairrista” ou ser acusado de não ter legitimidade para falar. “As injecções financeiras na TAP vão estar ao nível – e não se iludam, vão estar mesmo – do Novo Banco, da Caixa, do BPN. É disto que estamos a falar e os portugueses têm de perceber que é disso que estamos a falar”, rematou.
Nuno Botelho revelou ainda que “entre negócios ruinosos, empresas falidas e resoluções, o desperdício do Estado Português nos últimos 10 anos já ultrapassa os 25,5 mil milhões de euros, mais de 10% do PIB“, acrescentando que a injecção de 1,2 mil milhões de euros na TAP daria, por exemplo, para pagar 46 vezes a Ala Pediátrica do Hospital de S. João; um novo Aeroporto no Montijo mais a ampliação da Portela; seis vezes a expansão da rede do Metro de Lisboa ou três meses de lay-off em Portugal durante a pandemia.