A energia elétrica usada na produção de energia para manter a estufa de canábis na Maia era subtraída clandestinamente ao sistema de distribuição da EDP.
A estufa de canábis foi desmantelada em julho de 2019. Tratava-se de uma antiga fábrica em Pedrouços, na Maia, que servia para a plantação desta droga. As três pessoas detidas, todas de nacionalidade chinesa, ficaram a conhecer a sentença no passado mês de julho. Aquando da detenção, foram apreendidas cerca de uma tonelada de plantas e folhas de canábis.
Sabe-se agora que a energia elétrica usada na produção de energia era subtraída clandestinamente ao sistema de distribuição da EDP. Numa conferência de imprensa, a polícia afirmou que estes indivíduos “detinham um sistema complexo e elaborado”, demonstrando “experiência” na prática deste ilícito.
O Tribunal de Matosinhos já havia condenado os três arguidos a 7 e 6 anos de prisão tendo o acórdão sido divulgado nesta terça-feira.
“O tribunal considerou provado que os arguidos e a arguida se dedicaram, pelo menos desde inícios de abril de 2019, ao cultivo, doseamento e acondicionamento, para posterior venda a terceiros, de folhas e sumidades de canábis, mediante contrapartida monetária ou outra, utilizando para o efeito um armazém que arrendaram, sito em Pedrouços, Maia”, sintetiza a Procuradoria do Porto, numa nota publicada na sua página da Internet.
Ainda segundo a Procuradoria, ficou provado que os arguidos “foram alvo de intervenção policial”, em 1 de julho de 2019, “sendo-lhes apreendidos, entre outros bens, 1065 quilos de canábis, balanças, lâmpadas, catanas, motores de extração de ar, tubos de exaustão, adubos e fertilizantes, tabuleiros de germinação, vasos e peneiras de secagem”.
O Ministério Público calculou os lucros gerados para os arguidos pela exploração da estufa em 640 mil euros.
Pena de prisão efetiva para os três arguidos
Os dois arguidos condenados a sete anos são um casal detentor de visto Gold. Este casal declarava poucos rendimentos mas, em quatro anos, as contas bancárias indicavam vários movimentos que totalizavam mais de 650 mil euros.
O outro homem envolvido vivia nas instalações da antiga fábrica e era a pessoa responsável pela plantação e pelo tratamento da estufa. Estava ilegal em Portugal e, na altura da detenção, alegou que nem sabia em que país estava. Este homem será expulso do país depois de cumprir a pena de seis anos que lhe foi atribuída.