O coordenador do serviço de urgência para a área Covid-19, no Hospital de São João, teme graves problemas nas urgências durante o inverno.
São avisos de quem está na linha da frente dos cuidados de saúde. Nelson Pereira, coordenador da área Covid-19 no serviço de urgências do Hospital de São João, teme que se não houver maior coordenação na linha de Saúde 24 e retoma dos centros de saúde, os serviços de urgências vão passar por grandes dificuldades.
É importante melhorar a articulação da linha Saúde 24 com os hospitais, refere o médico em declarações à TVI, sublinhando que a linha de apoio “tem um papel fundamental, identificando a potencial gravidade da situação, encaminhando os doentes que não estão em situações de gravidade, para os centros de saúde, ou para os autocuidados em casa”, evitando que os doentes “venham a entupir ou a contribuir para o entupimento dos serviços de urgência”.
O profissional de saúde teme que os surviços de urgência não tenham capacidade de resposta se não existir articulação entre estas três entidades, considerando que os centros de saúde devem retomar a sua atividade normal.
“Nós ainda estamos a sofrer um pouco com essa incapacidade de resposta dos cuidados de saúde primários”, referiu Nelson Perreira, acrescentando que “muitos serviços de urgência deste país funcionam à custa de tarefeiros”, que muitas vezes não são “especialistas”, sendo importante investir “na qualificação dos recursos humanos das pessoas que trabalham nas urgências”.
Sublinhou ainda que “isto não significa que a situação está caótica, mas que é difícil e que, como em muitas outras áreas da nossa sociedade, funciona sobre o esforço dos profissionais”.
Emília Santos, Vereadora da Câmara Municipal da Maia, considera “urgente” que os Centros de Saúde regressem à “normalidade”
“É urgente que os Centros de Saúde regressem à “normalidade”. É urgente que a população volte a ter cuidados de saúde primários, nós mesmos moldes que o tinham, sem ter que recorrer com frequência às urgências dos Centros Hospitalares”, afirma Emília Santos.
A vereadora garantiu ainda que “a Câmara Municipal da Maia não baixará os braços para ver restabelecido este serviço de proximidade, estando disponível, como sempre, para colaborar com a ARS na construção de uma solução temporária”.