“Portuenses! Levar a redenção aos cativos lisbonenses!”, ouvia-se no Porto a 24 de agosto de 1820.
Considerado, na época, “um horrendo crime de rebelião” pelo Palácio do Governo de Lisboa, a Revolução acabou, mais tarde, por ser abraçada pela capital. Consistiu num movimento de cunho liberal, que eclodiu a 24 de agosto de 1820 na cidade do Porto e teve repercussões, tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil.
O movimento permitiu o retorno em 1821, da Corte Portuguesa e do rei D. João VI, que se encontrava no Brasil devido à Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa, instaurada em 1822.
Articulados no Porto pelo Sinédrio (sociedade secreta fundada em 1818, na cidade do Porto, pelo juiz Manuel Fernandes Tomás, com o objetivo de preparar uma revolução que instalasse uma monarquia constitucional em Portugal), ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante.
Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se na Câmara Municipal do Porto e aí constituíram a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, redigindo um “Manifesto aos Portugueses”, no qual davam a conhecer os seus objetivos. As suas principais reivindicações eram a convocação de Cortes para a redação de uma Constituição e o imediato retorno da família real do Brasil, para onde tinham fugido das invasões francesas.
A Revolução Liberal ganhou rápidamente o apoio de quase todas as camadas sociais, desde o Clero, à Nobreza, passando pelo Exército Português e pela população em geral. A regência britânica, em Lisboa, foi deposta, vindo a ser constituído um governo provisório.
Cerco do Porto
Dá-se o nome de Cerco do Porto ao período, que durou mais de um ano — entre julho de 1832 e agosto de 1833 —, no qual as tropas liberais de D. Pedro estiveram cercadas pelas forças absolutistas fiéis a D. Miguel.
A essa heróica resistência da cidade do Porto e das tropas de D. Pedro deve-se a vitória da causa liberal em Portugal. Entre outros, combateram no Cerco do Porto do lado dos liberais Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar.