Estima-se que, antes de 2024, não haverá recuperação ao nível dos valores pré-pandemia no mercado da aviação.
A pandemia levou a TAP a prejuízos de 582 milhões, de janeiro a junho.
Estes prejuízos representam quase todas as perdas do grupo entre janeiro e junho (96%), com o grupo TAP a somar prejuízos de 606 milhões. Estes resultados são quase seis vezes piores do que os do fecho de 2019, quando o grupo fechou o ano com 106 milhões negativos, mas mostrando alguma tendência de recuperação (lucros de 14 milhões no último semestre de 2019).
Se, seguindo a tendência do último semestre de 2019, janeiro e fevereiro faziam antecipar um ano positivo para a companhia aérea portuguesa, com a TAP a somar mais 280 mil passageiros do que nesses meses do ano passado e com receitas de passagens a chegar aos 411 milhões de euros, a crise da pandemia veio reverter a situação.
Em comunicado enviado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), a TAP diz que a “operação e resultados do primeiro semestre de 2020 foram significativamente impactados pela quebra de atividade verificada a partir de março, em resultado da pandemia”.
Agora, o desafio é redimensionar a TAP à procura que sairá desta crise e que a associação internacional do setor, a IATA, aponta para um prazo mais longo do que à partida se esperava. De acordo com a IATA, antes de 2024 não haverá recuperação ao nível dos valores pré-pandemia.
Perspetivas que estão a obrigar a uma transformação profunda de todo o setor da aviação, com inevitáveis cortes de pessoal que já afetam 300 mil profissionais nas maiores companhias da Europa, redução de salários que chega a 45% e diminuição brutal de frotas.
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