“Não seremos coniventes com esta farsa que, sob a capa de uma eleição, encobre uma nomeação”.
O movimento de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, apelou esta sexta-feira, 9 de outubro, a que os autarcas que não participem na eleição do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), denunciando que o ato eleitoral é “uma farsa”.
“Participar num acto previamente acertado pelo Bloco Central, em total desconsideração pelos eleitos locais, desprestigia e descredibiliza a democracia portuguesa. Não seremos coniventes com esta farsa que, sob a capa de uma eleição, encobre uma nomeação”, anunciou, em comunicado, a associação Cívica Porto, o Nosso Movimento.
A eleição indirecta do presidente da CCDR-N, até agora nomeado pelo Governo, está agendada para terça-feira e tem como único candidato António Cunha, antigo reitor da Universidade do Minho.
“O Porto, o Nosso Movimento nada tem contra o candidato em apreço, que merece todo o nosso respeito, mas não aceita que uma nomeação decidida pelo primeiro-ministro e pelo líder da oposição seja apelidada de eleição”, crítica a associação.
Ao instigar à não-comparência dos autarcas no ato eleitoral, a associação cívica manifesta-se contra um modelo de eleição que apelida de “anti-democrático”, culpando o PS e o PSD.
Para a associação, num momento em que o país está a braços com o final da execução do Portugal 2020 e a necessidade de programar o novo quadro e ainda “a dita bazuca” europeia comunitária, é “imperativo” que a utilização dos fundos seja realizada de forma estratégica, inteligente, adequando-a às reais necessidades e anseios da região “mais exportadora do país e a que mais cresce em convergência com a Europa”.
“Os autarcas chamados a votar no próximo dia 13 vão eleger um nome para cinco anos, a um ano de terminar os seus mandatos. Não é esta uma forma de condicionar os futuros eleitos locais numa escolha em que não vão participar?”, questiona.