Aluno medíocre, acusado de plágio, gago, leva mais de 50 anos de serviço público e foi um dos senadores mais jovens de sempre. Prometeu à namorada que seria senador aos 30 anos e um dia seria Presidente dos EUA. Poucos dias de ter sido eleito senador, ainda antes da tomada de posse, perdeu a esposa e uma filha num acidente de viação. Torna-se pai solteiro de duas crianças, as que sobreviveram ao desastre.
Joseph Robinette Biden Jr. nasceu a 20 de novembro de 1942, em Scranton, Pensilvânia, onde viveu os primeiros dez anos de vida. A família, de ascendência irlandesa, mudou-se para Claymont, no estado de Delaware, devido a dificuldades económicas. Teve uma educação católica. A infância ficou marcada pela asma e pela gaguez, esta melhorada com exercícios em frente a um espelho, a recitar poesia.
Foi um aluno medíocre. Chegou mesmo a considerar o curso de Direito como a “coisa mais aborrecida do mundo” e foi acusado de plágio durante a faculdade. Fez parte da equipa de futebol norte-americano da Universidade de Delaware, onde terminou o curso de História e Ciência Política. Depois ingressou em Direito, na Universidade Syracuse. Começou por trabalhar na advocacia, mas acabaria por enveredar pela política.
O primeiro cargo público surge com a eleição para vereador no Condado de New Castle, no Delaware, em 1970. Dois anos depois tornava-se no sexto senador mais novo da história dos Estados Unidos. Nesta altura já era pai de três filhos, Joseph Biden III, Hunter Biden e Naomi Biden. Umas semanas depois sofre a primeira tragédia familiar. Um acidente de viação tiraria a vida à esposa e à sua filha Naomi.
A perda leva Biden a considerar renunciar ao cargo. Teve pensamentos suicidas. A família foi o seu alicerce.
Em 1988 candidata-se à nomeação democrata para as eleições presidenciais. Falhou. Em 2008 volta a candidatar-se. Volta a falhar. Barack Obama escolhe-o como candidato a vice-presidente. É eleito em 2009 e cumpre dois mandatos com Obama a presidente, até 2017. Pelo meio, vive mais uma tragédia familiar.
Em 2015, o filho mais velho, Beau Biden, morre aos 46 anos depois de lutar contra um cancro no cérebro.
Tentou, tentou, tentou. Joe Biden consegue que o Partido Democrata o indique como candidato à presidência à terceira tentativa, em 2020, aos 77 anos, durante a pandemia de Covid-19. Obama diz-lhe que não precisa de o fazer. Vence as eleições. Torna-se o homem mais votado de sempre numas eleições presidenciais. Torna-se o presidente mais velho da história dos Estados Unidos. A primeira mulher vice-presidente na história do país, Kamala Harris, entra pela sua mão.
Joe Biden defende educação universitária gratuita. É a favor do acesso ao aborto. Chegou a opor-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Foi acusado de assédio por algumas colaboradoras. Desde a morte do filho que considera a saúde como um assunto pessoal, sendo a favor do Obamacare. Foi acusado por Trump de estar envolvido num esquema de corrupção que envolve o filho, Hunter Biden, e negócios na Ucrânia. A sua atual vice-presidente, Kamala Harris, durante um debate nas primárias do partido democrata acusou-o de ter colaborado com senadores racistas, devido a uma posição em relação à segregação racial na educação pública, em 1970.
Cumpriu a promessa feita à namorada na década de 60. É o 46º presidente dos Estados Unidos da América.