Sem romarias e sem espetáculos, as bandas e grupos cultuais debatem-se com enormes dificuldades. Continuar a atividade com as restrições impostas pela pandemia e manter os membros motivados são algumas delas. O NOTÍCIA MAIA foi conhecer a realidade da Banda Marcial de Gueifães.
A Banda Marcial de Gueifães foi fundada em 1837 e integra atualmente 69 elementos.
A atividade da banda está praticamente “parada” desde fevereiro mas Hélder Sousa, presidente há cerca de um ano, tem esperança que 2021 venha a ser um ano melhor.
Em entrevista ao NOTÍCIAS MAIA, Hélder Sousa, presidente da Banda Marcial de Gueifães, que entrou no coletivo com apenas 10 anos e conta já com 27 anos enquanto membro, explica que “a banda vive realmente das romarias” e que os cerca de 25 concertos anuais em romarias por todo o país “foram cancelados”.
Uma situação que torna difícil manter os músicos motivados. Hélder Sousa conta-nos que ”foram fazendo contacto e falando com as pessoas” e que era essencial estarem “unidos” para “não perder ninguém”. Até porque todos os membros são voluntários e o que os move é realmente a paixão pela música. “Sentimos alguma tristeza e angústia”, completa o presidente.
A luz ao fundo do túnel chegou em setembro com o projeto “Música pelo Concelho”, onde as duas bandas do concelho se juntaram para promover 10 concertos pelas 10 freguesias da Maia, cinco para cada grupo filarmónico. Uma atividade que foi proposta pelos dois coletivos de música e aceite pela Câmara Municipal da Maia, que a financiou, e que representou um grande “apoio” neste momento.
Recorde-se que a grande fatia de receita da Banda Marcial de Gueifães é mesmo obtida nas romarias e que, além disso, conta com um subsídio anual atribuído pela Câmara Municipal a projetos culturais no concelho.
O presidente afirma que toda a banda ficou “muito motivada” e demonstrou muita “força” para fazer este conjunto de concertos que, por causa da pandemia, ficou incompleto. “Faremos os concertos e, falta assim que seja possível fazê-lo em segurança”, garante o representante.
O futuro incerto
Hélder Sousa conta que não sabe como será o ano de 2021 e “se será possível realizarem-se as romarias”. O presidente revela-se esperançoso e explica que já há algumas datas confirmadas mas não há garantia de que os espetáculos venham mesmo a acontecer.
Mas apesar das incertezas, a Banda Marcial de Gueifães está agora a preparar um concerto onde partilhará o palco com José Cid, no Coliseu do Porto.
Uma parceria que, ao que o presidente nos revela, será uma forma de “fazer a diferença” e de “cativar outro tipo de assistência”. Uma tentativa de “diversificar a imagem e a música” e que será o primeiro de muitos projetos futuros desse tipo.