A confirmação foi dada pelo padre Manuel Fernando Silva, presidente do Centro Social e Paroquial de Alfena, que garante não ter havido “tentativa do uso abusivo da vacina”.
A costureira e a mãe do presidente do Centro Social e Paroquial de Alfena (CSPA), em Valongo, foram vacinadas em janeiro juntamente com os 127 utentes e 85 funcionários dos dois pólos da instituição, confirmou esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, à Lusa o responsável.
“Confirmo que isso aconteceu”, disse o padre Manuel Fernando Silva que preside ao CSPA, no distrito do Porto, recusando, contudo, que o cenário em que tal se deu possa dar azo a polémica.
“A minha mãe tem 68 anos, um quadro de risco, vive na casa paroquial, enquadrada no perímetro do centro social, e faz vivência na instituição. Em ternos formais não é funcionária nem utente, mas faz vivência na instituição e tem contacto constante no seu interior e, por diversas vezes, já fez trabalho voluntário, substituindo funcionários que tiveram de ficar de baixa. Além disso é diabética e tem hipertensão”, explicou o pároco.
Confirmando que a mãe “fez parte da lista inicial” apresentada à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Manuel Fernando Silva explicou depois pela qual foi também vacinada “a costureira, há muitos anos colaboradora do centro”. “Ela autopropôs-se, depois percebeu-se que não poderia ser vacinada, mas acabou por beneficiar do facto de haver sobra de vacinas”, disse o responsável.
Sobre as sobras de vacinas, o pároco contabilizou sete, explicando que, por exemplo, “quatro dos funcionários presentes na lista não foram vacinados devido a terem alergias que obrigam a que o sejam em contexto hospitalar”.
“Não houve da nossa parte tentativa do uso abusivo da vacina. Não estamos a lesar os bens nacionais porque sei que a vacina é um bem escasso. Tivemos o cuidado de fazer uma triagem muito estreita sobre quem tem contacto com utentes e funcionários”, salientou o presidente do centro. E assinalou: “Nem eu nem ninguém da direcção do CSPA foi vacinado”.
Questionado sobre o que foi feito às “sete vacinas que sobraram”, o pároco respondeu que “essa gestão foi da equipa médica e de enfermagem [do Agrupamento de Centros de Saúde Maia/Valongo]”.