Fernando Filgueiras explica que o processo de vacinação tem corrido bem e que a grande dificuldade é mesmo o agendamento e convocação dos próprios utentes.
O ACES Maia/Valongo já vacinou cerca de 20 mil pessoas. Sem números concretos, Fernando Filgueiras, diretor-executivo do Agrupamento de Centros de Saúde, explica que a vacinação tem corrido bem, principalmente graças ao trabalho das pessoas que garantem o funcionamento dos centros de vacinação e dos centros de saúde.
Ao NOTÍCIAS MAIA, Fernando Filgueiras confessa que o maior problema é mesmo o agendamento e a convocação dos próprios utentes.
Notícias Maia (NM): Como é que tem corrido o processo de vacinação?
Fernando Filgueiras (FF): O processo de vacinação, a nível nacional, é um processo completamente novo. Nunca até hoje passamos por uma situação deste tipo. Mas, e pelo menos até agora, atendendo ao número de pessoas mais ou menos vacinadas que temos nos dois concelhos, têm corrido bem. O esforço é quase sobre-humano, temos pessoas a trabalhar cerca de 12 horas por dia para conseguirmos vacinar tanta gente.
NM: Qual é a maior dificuldade desta vacinação?
FF: O grande problema das vacinas não é a inoculação em si, mas sim o processo anterior de agendamento e convocação dos próprios utentes. Este é que um processo extremamente complicado e muito moroso. E depois é preciso ter em conta que quem faz esse trabalho, quer de vacinar, quer de convocar, são os mesmos profissionais que também precisam de manter os atendimentos nas unidades de saúde, nas situações de urgência e aos doentes Covid.
NM: Quantas pessoas é que já receberam a vacina?
FF: Eu não tenho números exatos, mas penso que já conseguimos inocular à volta de 20 mil pessoas. Atenção que isto não são 20 mil doses. Destas 20 mil pessoas há quem já tenha a segunda dose e portanto isto dá muito mais doses do que eventualmente as pessoas pensam.
NM: Desde que começaram a vacinar já ficaram sem vacinas? Já tiveram que parar o processo?
FF: Verdadeiramente, que me recorde, não. Há altura em que há mais, outra que há menos. Agora, o que se perspetiva num futuro próximo é que virão muitas vacinas.
NM: Em relação aos professores e aos funcionários, há umas semanas fizeram a primeira vacinação em massa de um grupo, como é que correu?
FF: Correu bem, até porque os professores são um grupo etário que é autónomo e portanto nunca demora tanto tempo o processo de vacinação. À medida que vamos diminuindo na idade, o processo torna-se mais rápido, porque as pessoas de uma certa idade têm dificuldade em mobilizar-se, andam mais devagar, têm dificuldade em tirar a roupa, entre outras. Portanto, há ali uma série de fatores que atrasam um pouco este processo de vacinação.
NM: Agora a Maia vai abrir um novo Cento de Vacinação. Esse centro também fica a vosso cargo?
FF: Sim. O novo centro vai abrir em Gueifães e é maior do que o de Gemunde. Penso que naquele Centro de Vacinação vamos conseguir chegar a 1500 inoculações por dia. Nós fazemos uma estimativa, mas esta estimativa depois tem de ser testada até atingirmos mais ou menos a capacidade máxima. Depois é ter sempre em atenção se há o número necessário de pessoas para abrir uma ampola, não podemos desperdiçar nada.
NM: Vocês acabam por nunca ter certeza se as pessoas vão, correto?
FF: Não sabemos, porque nós disparamos umas mensagens automáticas que é preciso o utente responder. Ora bom, se as pessoas mudaram de telemóvel e não atualizaram o seu número no registo nacional de utentes, a mensagem não chega. Portanto, aqui no ACES não sabemos se a pessoa vai, se não vai, nem se recebeu a mensagem.