O pirómano foi considerado culpado por quatro dos 62 crimes que estava acusado. O incêndio que matou 75 animais em Santo Tirso ficou de fora da lista.
O tribunal de São João Novo, no Porto, condenou esta quinta-feira, 6 de maio, a seis anos de prisão o homem que ateou quatro incêndios florestais nos concelhos de Valongo e Paredes entre maio e agosto de 2020.
O arguido, um electricista de 29 anos, estava acusado por atear 62 incêndios no distrito do Porto, mas o tribunal considerou provado que foi responsável apenas por quatro. Todos os incêndios resultaram numa área ardida de 1,5 hectares.
Em audiência para produção de prova, o arguido assumiu a autoria de três fogos mas não se responsabilizou pelo incêndio que matou 75 cães e gatos na Serra da Agrela, em Santo Tirso.
Também o tribunal excluiu agora este fogo da lista dos ateados pelo arguido. No dia do incêndio que deflagrou em Valongo e que veio a atingir abrigos ilegais para animais na serra da Agrela, em Santo Tirso, deflagram mais seis incêndios.
“O tribunal não está aqui para escolher incêndios”, afirmou a presidente colectivo de juízes.
A magistrada recordou também que o caso da serra da Agrela está a ser alvo de processo autónomo que corre no Tribunal Santo Tirso e directamente relacionado com maus-tratos aos animais.
O homem, que um juiz de instrução criminal mandou prender preventivamente, foi detido pela Polícia Judiciária a 5 de Agosto de 2020, após ter dado início a um incêndio junto ao kartódromo de Baltar, no concelho de Paredes, conforme revelou então a Polícia Judiciária.
O pirómano “estava consciente dos riscos, mas isso não o impediu de prosseguir numa actividade repetida, deliberada e prolongada no tempo, que apenas se pode explicar por uma atitude de satisfação pelos danos e perigos causados”, segundo acusação.
No final da leitura da sentença, a advogada de defesa admitiu a hipótese de recurso. Até trânsito em julgado da pena o arguido mantém-se em prisão preventiva.