Há cerca de 285 empresas elegíveis, que vão receber €635 por trabalhador.
O Município da Maia lançou o Programa Extraordinário de Apoio Direito à Economia Local (PEADEL) em fevereiro de 2021 e, durante dois meses, as empresas maiatas puderam candidatar-se a receber o equivavente a um salário mínimo por cada um dos seus funcionários.
As candidaturas já terminaram e, apesar de ainda estarem a ser analisadas centenas de propostas, foram esta quarta-feira, 26 de maio, assinados os primeiros contratos com 15 empresas elegíveis a receber este apoio.
Numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Maia, António da Silva Tiago, e do Vereador da Economia, Paulo Ramalho, os 15 empresários maiatos assinaram o contrato de concessão que lhes dará o direito a receber um montante de 635 euros por cada trabalhador.
Para este Programa o município disponibilizou 1,2 milhões de euros mas, para já, das 285 empresas consideradas elegíveis, o valor investido ronda os 400 mil euros. O presidente da Câmara Municipal explica que há ainda centenas de candidaturas a analisar e garante que, caso estes 1,2 milhões de euros não se esgotem, o município encontrará forma de os investir de forma a “continuar a ajudar as nossas empresas”.
Silva Tiago cumprimentou cada um destes quinze empresários e, no final das assinaturas, afirmou que “estamos todos de parabéns”. O autarca garantiu que este apoio não é “nenhuma esmola” mas sim “um prémio pela vossa resistência e pela vossa resiliência”.
Também Paulo Ramalho, Vereador da Economia, corroborou na ideia de que “este não é seguramente um dinheiro suficiente para as vossas ambições” mas espera que seja um argumento válido para que estas empresas “continuem a apostar na Maia”. Paulo Ramalho lembrou ainda que “este programa é financiado com dinheiros próprios do município”.
“Impossível aguentar tantos meses sem trabalhar”
João Pinto é sócio-gerente da empresa de organização de eventos “We Dream Together” e foi um dos 15 a assinar o contrato para receber este apoio extraordinário. Tem um negócio com quatro anos e que, por força da pandemia, se viu obrigado a parar “por completo”.
Questionado sobre a importância real deste apoio, João Pinto explica que “face ao período que passámos nos últimos tempos, este acaba por ser um prémio pela resiliência e resistência”. Sobre a data a receber o montante, o proprietário diz que não sabe quando irá receber este dinheiro mas espera “que seja em breve”.
Conta que pensou várias vezes “se valia a pena continuar” e que, apesar da tentativa de se reinventar, “foi um período muito difícil”. Período este que obrigou a reduzir a equipa de quatro funcionários apenas para dois, por ser “impossível aguentar tantos meses sem trabalhar”.
“Todo o apoio é bem-vindo”
Também Daniel Aragão, proprietário de uma empresa de Táxis onde trabalham três funcionários, vai receber este apoio extraordinário. Explica que, apesar do valor ser “uma gota de água no oceano”, entende que “todo o apoio é bem-vindo”.
Com a pandemia teve de parar o seu negócio, “não a 100% mas a 70%”. Explica que conseguiu manter os postos de trabalho com o “apoio do estado”, nomeadamente pelo recurso ao lay-off, e que, apesar da retoma de uma maior atividade, “continua a ser difícil”.
Questionado sobre a complexidade de submeter a sua candidaatura ao PEADEL, Daniel Aragão diz que contou com a ajuda do filho mas que, ainda assim, “não foi nada fácil”.