O autarca da Câmara Municipal do Porto tem feito várias críticas à “visão colonial” da TAP.
O presidente da Câmara Municipal do Porto disse, esta segunda-feira, 26 de julho, preferir que a TAP não voe para o Aeroporto Sá Carneiro, insistindo na entrega de uma parcela idêntica ou proporcional ao investido para suprir falhas do mercado e atrair operadores privados.
“Até seria melhor que a TAP deixasse mesmo de cá vir. Porque quando cá vem, vem apenas tentar drenar o aeroporto e quando não consegue drenar através do Aeroporto do Porto, oferece voos para Vigo”, afirmou Rui Moreira na reunião do executivo desta segunda-feira.
O autarca independente que lidera a maioria municipal apresentou uma moção – aprovada com os votos contra de PS e CDU – onde insta os deputados eleitos pelo círculo do Porto a tomarem uma posição sobre a relevância estratégica da TAP para a região e onde reivindica para a região uma parcela idêntica ou proporcional à que o Estado vai investir na TAP.
“Nós preferimos que a TAP não venha cá e faça contas connosco (…) e nos deixe instrumentos para nós gerirmos o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e para atrair companhias aéreas, até por concurso público, e depois a TAP se quiser que venha a jogo”, disse.
Moreira sublinha que o Porto, ao contrário de Lisboa, não precisa de pagar quatro mil milhões de euros a uma companhia para viabilizar o seu turismo, precisa apenas de recursos que permitam atrair linhas ponto a ponto.
“A TAP é uma empresa que tem uma visão colonial do país. É a última empresa colonial e, portanto, trata o resto do país como uma colónia. E sempre foi assim [na gestão privada como na pública]. É assim em Faro, é assim nos Açores, na Madeira e no Porto. Não é contra o Porto. A TAP não é contra o Porto. (…) A TAP acha que Lisboa é que é importante”, declarou, sublinhando que, sendo uma empresa pública, em causa está uma opção política do Governo.