O ouro comprado nas lojas detidas pelo líder da rede de empresários raramente era declarado.
O Estado foi lesado em cerca de 24 milhões de euros com um esquema de fraude fiscal com ouro vendido no período de intervenção da troika em Portugal. Segundo o Jornal de Notícias, os dois empresários envolvidos no processo foram sentenciados com penas de prisão efetiva, de dez e de cinco anos, e os restantes membros foram condenados a devolver parte do dinheiro recebido de forma ilícita, tendo ficado assim com penas suspensas.
Os dois seriam os líderes, mas a rede contava com 16 empresários que atuavam na região norte do país. Esta terá passado, segundo o Tribunal de Matosinhos, mais de 64 milhões de euros de faturas falsas. Só o líder do grupo, residente na Maia, chegou a abrir 53 estabelecimentos de compra e venda de ouro espalhadas por todo o país e, entre 2008 e 2012, causou um prejuízo de 16,3 milhões de euros ao Estado.
O ouro comprado nas lojas detidas pelo líder da rede de empresários raramente era declarado e seguia para Matosinhos, onde estava a sede da empresa Tesouros Perdidos, que negociava diretamente com os exportadores. O ouro seguia depois para a Bélgica, onde as transações eram devidamente declaradas, já que as empresas internacionais exigiam a devida documentação para o efeito.