Dmitry Muratov é editor do jornal russo Novaya Gazeta e Maria Ressa é editora do site filipino Rapple.
O prémio Nobel da Paz foi, esta sexta-feira, 8 de outubro, atribuído aos jornalistas Maria Ressa (Filipinas) e Dmitry Muratov (Rússia) “pelos seus esforços em salvaguardar a liberdade de expressão, condição essencial para a democracia e para uma paz duradoura” nos respetivos países, anunciou o Comité Nobel Norueguês.
Maria Ressa e Dimitri Muratov “são os representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal num mundo onde a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais desfavoráveis”, declarou a presidente da comissão do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em Oslo.
Maria Ressa, de 58 anos, é editora e cofundadora do site filipino de jornalismo de investigação Rappler, que denunciou “a polémica e assassina campanha antidrogas do regime do Presidente filipino Rodrigo Duterte”, sublinhou o Comité Nobel.
A jornalista, que também tem nacionalidade norte-americana, foi condenada em junho por difamação, mas foi libertada sob fiança num caso em que pode ser condenada até seis anos de prisão.
Dmitry Muratov, de 59 anos, é um dos fundadores do jornal Novaya Gazeta, criado em 1993, e de que é chefe de redação há 24 anos, uma publicação muito crítica do Kremlin que enfrenta uma repressão feroz.
O Comité Nobel salientou que o jornal denunciou “a corrupção, a violência policial, as prisões ilegais, a fraude eleitoral e as ‘quintas de trolls’ e pagou um preço alto”: seis dos seus jornalistas perderam a vida, incluindo Anna Politkovskaïa, morta há 15 anos.