O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, foi vaiado nas celebrações do Dia do Exército, devido a uma alegada proibição de os militares cantarem o “Pátria Mãe”. O ministro não comentou o sucedido, mas Marcelo já justificou o Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, afirmou aos jornalistas que “não houve proibição nenhuma” de cânticos nas celebrações deste domingo, dia 24 de outubro, Dia do Exército. Marcelo justificou o Governo com a explicação que houve sim “uma orientação” para que não acontecessem [os referidos cânticos] por razões sanitárias.
“Não houve proibição nenhuma, continuará a haver os cânticos, o que houve foi por razões meramente de medida sanitária nesta cerimónia dada uma orientação para que não existisse. Mas foi nesta cerimónia, não como regra geral, que eu acharia estranho, não faria sentido e felizmente não ocorreu”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, citado pela Lusa.
Foram centenas de ex-paraquedistas a vaiar e pedir a demissão do ministro da Defesa e do Chefe do Estado Maior do Exército durante a cerimónia militar nas comemorações do Dia do Exército, que decorreu em Aveiro. A este protesto dos ex-paraquedistas juntaram-se antigos comandos, todos contra uma alegada proibição de os militares no ativo cantarem o “Pátria Mãe”, o hino dos paraquedistas, durante o desfile militar.
Logo à chegada à parada, o ministro da Defesa foi recebido por um coro de assobios que se prolongaram durante os discursos do governante e do Chefe do Estado-Maior do Exército, José Nunes da Fonseca, que também foi vaiado. Durante praticamente toda a cerimónia ouviram-se gritos de “demissão”, “deixa os homens cantar” e “palhaço”, intervalados com cânticos e o brado dos paraquedistas.
Questionado pelos jornalistas sobre o incidente que levou a que, nas celebrações do Dia do Exército, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho não comentou o sucedido. Já o Presidente da República, que é também, por inerência de funções, o Comandante Supremo das Forças Armadas, disse ter-se informado imediatamente sobre o sucedido, tendo recebido a informação de que não houve qualquer proibição de cânticos.