Para assinalar a Semana Europeia da Fertilidade, Catarina Godinho, médica ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução do IVI, partilhou cinco conselhos que favorecem a fertilidade e a saúde.
A infertilidade é mais frequente do que se pensa. Segundo dados da IVI Clínicas de Fertilidade, pode afetar cerca de 10 a 15% dos casais, sendo que 30% dos casos estarão relacionados com causas femininas, 30% com causas masculinas, 20% com causas mistas e outros 20% inexplicados.
Catarina Godinho, médica ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução do IVI, explica que, quando os casais não conseguem logo engravidar, “instalam-se níveis mais elevados de ansiedade, o que pode contribuir ainda mais para o adiar do sonho da maternidade”.
“Quando não há uma explicação aparente para a infertilidade, a ciência, em combinação com alguns conselhos podem favorecer uma gravidez”, afirma a médica. Na sua opinião, “o estilo de vida que se vive em grandes cidades, com muito stress, alimentação pouco variada e com recurso a fast-food, aliada à falta de atividade física, leva-nos a problemas de excesso de peso e obesidade, o que tem um impacto negativo na fertilidade”.
Para assinalar a Semana Europeia da Fertilidade, celebrada de 1 a 6 de novembro, Catarina Godinho, médica ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução do IVI, partilhou cinco conselhos que favorecem a fertilidade e a saúde:
“Divirta-se! Saia de casa”
Tentar engravidar não é sinónimo de repouso. Divirta-se, saia com amigos, sem excessos, claro. Programe também passeios a dois para relaxar e namorar. Marque uma visita a um SPA, sozinha ou para o casal. Cuidar da sua vida social, afetiva e do seu corpo vai ajudar a relaxar e a aliviar alguma pressão que possa estar a sentir em torno da gravidez. Por vezes o casal está tão focado na gravidez e nas mudanças que a maternidade implica que se esquece de outros aspetos da vida que são essenciais para manter o equilíbrio do corpo e da alma.
“Respire, medite, pratique exercício”
Não deixe que as tensões se acumulem no corpo. De acordo com a médica, “os exercícios de respiração são uma ótima opção, uma vez que obrigam a pessoa a estar focada na respiração e não noutros assuntos que possam estar a perturbar a mente”. A atividade física, que pode ser a caminhada ou a prática de uma modalidade, produz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos. Por outro lado, há estudos que demonstram que o exercício melhora a qualidade dos espermatozoides.
“Escolha bons alimentos e controle o peso”
Evite os alimentos processados. Dê primazia aos alimentos naturais e faça uma dieta variada com sementes, grãos, legumes, proteínas animais e/ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras. Os alimentos mais amigos da fertilidade são os que contêm vitaminas e minerais como: ácido fólico (ajuda a prevenir defeitos e malformações no feto), DHA – ácido docosahexaenóico (essencial para a saúde do nosso cérebro, olhos e neurónios, além de revigorar os espermatozoides masculinos e promover o equilíbrio hormonal nas mulheres), Vitaminas B, C, D e E (para o controle hormonal, proteção espermática, desenvolvimento ósseo fetal, entre outros), selénio e cálcio. Uma alimentação variada, rica em produtos naturais evitará o excesso de peso corporal, grande inimigo da fertilidade. A obesidade também leva a um aumento das taxas de aborto e duplica o risco de morbidade fetal. Prepare lanches e refeições ligeiras saudáveis e faça piqueniques. Alie os piqueniques a dias ou tardes ao ar livre.
“Partilhe ansiedades e medos”
Não guarde os problemas só para si. Partilhe as ansiedades e medos com as pessoas mais próximas. Vai sentir-se mais aliviada e descontraída. É importante ter uma boa rede de suporte e vai acabar por se sentir menos pressionada. Se mesmo assim achar que não está a conseguir gerir as emoções sozinha ou achar que o problema da infertilidade está a prejudicar a vida do casal procure ajuda especializada.
“Durma bem”
Mantenha um ciclo de sono saudável para carregar baterias. É tão importante quanto a alimentação. Devemos dormir, no mínimo, oito horas por dia. O descanso adequado, com rotinas e horas certas para deitar e levantar vai melhorar a produção de melatonina no nosso corpo, que desempenha um papel importante no desenvolvimento dos folículos ovarianos.