A DECO Proteste, organização de defesa do consumidor, analisou as tarifas dos serviços de abastecimento de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos incluídas nas faturas de água cobradas aos cidadãos nos 308 municípios do país. Segundo os dados apurados, existem discrepâncias acentuadas, sendo que a comparação mais extrema entre os municípios identifica uma diferença que supera os 400 euros anuais.
No topo da tabela está o concelho da Trofa, onde os habitantes, por ano, por 120 m3, pagam cerca de 503€. No fundo da tabela, no distrito da Guarda, está Vila Nova de Foz Côa, no da Guarda, onde, pelos mesmos 120 m3, os habitantes pagam 88,20€ anuais. São menos 414,80€ do que no primeiro exemplo.
No caso da Maia, pelos tais 120 metros cúbicos anuais de água, os maiatos pagam 355,81€. Se ascender aos 180 m3, o valor sobe para 495,82€. Desta forma, é possível concluir que a Maia está 148€ abaixo do valor mais alto, registado na Trofa, e 267€ acima da fatura mais baixa, dos habitantes de Vila Nova de Foz Côa.
Para se entender a realidade de cada concelho, a DECO Proteste tem disponível um mapa interativo onde é possível saber quanto custa a fatura da água no seu município.
Em comunicado, Elsa Agante, Team Leader de Energia e Sustentabilidade da DECO Proteste, salienta que “é necessário o reforço do quadro regulatório no que diz respeito a regras e princípios de faturação, como primeiro pilar da redução das assimetrias a nível nacional e mecanismos de harmonização tarifária”. “Os serviços de águas são comandados por numerosas entidades, com dimensão e capacidade financeira distintas, às quais falta um modelo de gestão com regras comuns”, acrescenta.