A PJ do Porto deteve seis cidadãos chineses, entre os 39 e os 56 anos, que aterrorizavam comerciantes da mesma nacionalidade, exigindo-lhes taxas que chegavam aos 5 mil euros mensais. Caso não pagassem, eram vítimas de violência – numa das situações, chegaram a esfaquear um homem, em Vila do Conde, que ficou em estado muito grave.
Segundo as informações obtidas pelo JN, dois dos cidadãos chineses foram encontrados sem documentos, numa estufa de canábis, montada num armazém no Castelo da Maia. Por sua vez, nem sequer sabiam que estavam em Portugal, tendo sido transportados para território nacional em condições ainda desconhecidas, estando atualmente a habitar no armazém, com o objetivo de cuidar da plantação de canábis existente no armazém.
Assim que chegaram à Maia, foram diretamente enviados para o armazém e nunca tiveram a possibilidade de sair de casa, sendo tratados como escravos pela organização criminosa chinesa. Depois da desmantelação deste grupo pertencente à máfia chinesa, os dois cidadãos chineses que não faziam parte do grupo foram encaminhados para uma casa-abrigo do Estado destinada a refugiados e vítimas.
Foram apreendidos 276 kg de droga, armas, milhares de euros e ainda dezenas de passaportes, alguns deles falsos, mas outros que as autoridades acreditam que possam pertencer a cidadãos escravizados pela máfia chinesa, precisamente no âmbito das plantações de droga. Os quatro suspeitos, todos sem ocupação profissional conhecida, estão em prisão preventiva e serão levados esta sexta-feira a tribunal. Em causa, crimes de associação criminosa, extorsão, tentativa de homicídio, tráfico de droga e furto.