Esta sexta-feira, dia 27 de maio, é último dia de aulas do grupo de alunos ucranianos que, três vezes por semana, desde o início do mês de maio, se tem reunido na Biblioteca Municipal da Maia para aprender a língua portuguesa como forma de se integrarem mais facilmente na sociedade.
Em conversa com a Lusa, a professora responsável pela formação, Sofia Rente, explicou que mais do que um “espaço de aprendizagem”, as aulas funcionaram como “momentos de convívio e de fuga” para os participantes.
“Já dei aulas de português a muitos grupos de várias nacionalidades misturadas. Já tive alunos ucranianos mas esta é a primeira vez que tenho uma turma só de alunos ucranianos e que chegaram a Portugal de uma forma diferente dos outros, é um contexto diferente que pensei que fosse ser muito pesado”, confessou Sofia Rente.
Contudo, apesar de ter sido “muito fácil”, esta formação encontra algumas barreiras como, por exemplo, o facto de a docente não falar ucranianos, e os alunos ainda não dominarem o português, e quase nenhum falar inglês.
Para tal, aparece Kateryna Atamarova, ucraniana nascida na Crimeia, que foi “peça fundamental” nas aulas, fazendo a tradução ucraniano-português. Kateryna veio para Portugal há cinco anos, “a típica história” de uma aluna de Erasmus: “Estudava na Polónia, História. Vim para o Porto fazer Erasmus, conheci um português, que hoje é meu marido, andamos entre a Polónia e o Porto mas quando a relação ficou séria lá fiz as malas e viemos de vez para aqui”, contou.
“Isto é muito fixe [servir como ponte entre os compatriotas e a professora Sofia]. Para eles o português não é fácil. Começa logo com a diferença de alfabeto. Aqui eles falam ucraniano, também russo, e eu traduzo para a Sofia e traduzo o que a Sofia diz para eles. Fico feliz por poder ajudar”, salientou.
“Ela é fundamental. Seria muito mais complicado sem ela”, reconheceu Sofia Rente acerca da importância de Kateryna.
Agora, no final do curso, os participantes serão avaliados de acordo com os parâmetros do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, sendo-lhes atribuída uma declaração comprovativa da assiduidade e dos níveis atingidos durante o curso.
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