Os doentes pouco urgentes (com pulseiras verdes e azuis) nas urgências dos hospitais vão começar a ser encaminhados para os centros de saúde, mas apenas se acordarem em ser atendidos noutro local.
A medida, escreve o jornal Público, delineia que deve ser explicada aos utentes a importância do reencaminhamento para unidades de cuidados de saúde primários e indicado, no imediato, as informações sobre o local e a data da consulta, que não pode exceder as 24 horas.
Em relação ao processo de referenciação, o mesmo deve acontecer logo após a triagem, ou seja, antes de contactar com um médico. Apesar de haver a possibilidade de serem encaminhados para os Centros de Saúde, os doentes não estão obrigados a fazê-lo, apenas se o desejarem. Quem o fizer, está dispensado do pagamento de taxas moderadoras.
Contudo, existem algumas exceções como, por exemplo: os doentes que sejam transportados de ambulância para o hospital, após serem encaminhados dos centros de orientação de doentes urgentes, os que forem encaminhados pelo médico, com carta, e aqueles que sejam referenciados pela linha SNS 24.
Esta possibilidade, colocada em prática no final da última semana, surge depois de já ter havido várias iniciativas de projetos semelhantes, como foram os casos do Hospital de São João, no Porto, e do Hospital de Barcelos, contudo, as iniciativas tiveram pouco impacto.
Citado pelo jornal Público, Nélson Pereira, responsável pela Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário de São João, afirma que o número de pessoas que aceita voltar para casa e ir depois ao centro de saúde é “reduzidíssimo”. Por isso, apesar de a circular vir “no sentido correto”, a expectativa é “baixa”, acrescenta.
“A ideia faz sentido mas no passado esbarrou na falta de capacitação dos centros de saúde e a reduzida anuência dos doentes”, admite também ao Público Xavier Barreto, presidente da Associação de Administradores Hospitalares. De acordo com o responsável, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê o investimento em centros de diagnóstico integrados nos Agrupamentos dos Centros de Saúde com aparelhos de raio-X e análises clínicas, mas a implementação da medida está prevista apenas para 2026.