Mais de 400 pilotos da TAP manifestam-se na passada terça-feira, dia 2 de agosto, concentrados junto à sede da empresa, em Lisboa.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) convocou uma manifestação, para todos os trabalhadores que não se encontrem em serviço, contra os “atropelos e injustiças” da administração da TAP e da tutela, estando em causa as recusas do Conselho de Administração da TAP Air Portugal para a realização de reuniões de trabalhadores.
Através desta manifestação, o sindicato pretende demonstrar a sua insatisfação face aos “atropelos, injustiças e à forma como a administração e a tutela têm gerido a empresa e a relação laboral com os pilotos”.
“Este sindicato desde janeiro que vem a avisar que a recuperação da TAP, ou da aviação neste caso, seria em breve, muito em breve, tanto é que a engenheira Christine [Oumières-Widener] veio afirmar que essa recuperação está a chegar, está a 90% de 2019, mas temos menos aviões, menos trabalhadores, o que significa que estamos a 100%, 120%, e os pilotos continuam com um corte [no salário]”, disse aos jornalistas o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes.
Tiago Faria Lopes ressalva ainda que continua sem perceber o porquê de ser aplicado um corte salarial aos pilotos superior ao dos outros trabalhadores da companhia aérea, “Já pedimos para reduzir [o corte], para, pelo menos, ficar igual aos outros trabalhadores, nós não somos diferentes dos outros trabalhadores, somos iguais, somos contribuintes e assim continuaremos, sempre profissionais, ao contrário da gestão, ao contrário do ministro [das Infraestruturas]”.
Em relação à declaração da passada terça-feira da TAP, sobre a falta de acordo com o SPAC, o sindicato sublinhou que “os pilotos já deram tudo o que tinham a dar”.
“Temos de ter os trabalhadores todos por igual, não podemos ter uns com cortes superiores aos outros. Era um acordo de emergência? É uma verdade, mas os pressupostos mudaram, já não é preciso poupar postos de trabalho”, referiu o dirigente sindical.
O sindicato garantiu que a manifestação não teve um impacto significativo nos voos programados para aquele dia, uma vez que entre os cerca de 500 participantes estavam apenas pilotos de folga, férias, ou reformados.
“O profissionalismo dos pilotos é de tal maneira elevado, […] ainda bem que nós não pilotamos os aviões da TAP Air Portugal como esta gestão gere a companhia, ou como o senhor ministro gere esta gestão”, rematou Tiago Faria Lopes.