Grande parte dos homens que procura o Instituto de Terapia Focal da Próstata, com diagnóstico de cancro da próstata e recomendação de tratamento, são aconselhados e incentivados pelos parceiros ou esposas a encontrarem informações mais detalhadas e a explorarem as alternativas disponíveis.
Face à natureza da doença e dos efeitos secundários que algumas formas de tratamento mais radicais possam trazer, as esposas e companheiros são afetados de várias maneiras, sendo provável que existam mudanças significativas nos relacionamentos íntimos, uma vez que o cancro da próstata acaba por afetar a saúde mental, sexual e urinária das pessoas diagnosticadas.
O Dr. Sanches Magalhães, do Instituto de Terapia Focal da Próstata, explica que “um dos grandes erros que os homens cometem, quando recebem um diagnóstico de cancro da próstata e ao não saberem o que fazer, é a decisão de não partilharem nenhuma informação até saberem mais. O que acontece normalmente é o surgimento de um ambiente muito stressante na vida privada”.
Durante esta fase, já existem recursos disponíveis para que as esposas e parceiros possam ser parte ativa do processo. Na opinião do Dr. Sanches Magalhães, “os homens beneficiam principalmente da partilha de experiências de outros homens e respetivos parceiros, acima de tudo por terem a oportunidade de envolver os outros, quando estiverem mental e emocionalmente preparados”.
Muitas vezes, as conversas entre parceiros são focadas principalmente na doença em si e na sua gestão e é dada pouca atenção aos efeitos secundários do tratamento e no que isso significa em termos de eventuais efeitos negativos ou no impacto nos relacionamentos. Aqui entra o aconselhamento profissional, e que realmente pode ajudar um casal a explorar o balanço entre a gestão da doença e a saúde sexual, e o que isso significa para o bem-estar e para as necessidades sexuais de cada indivíduo.
O Dr. Sanches Magalhães reforça que o diálogo, associado ao aconselhamento feito por profissionais, é algo que deve ser natural para os homens recém-diagnosticados com cancro da próstata e para os seus parceiros. “Uma discussão básica sobre sexualidade e intimidade é importante e muitas vezes esclarecedora para questões pré-existentes. Na minha experiência, os parceiros ficam muito satisfeitos em poderem ter uma voz ativa no processo”, explica o médico.
A educação pré-tratamento e o apoio pós-tratamento, para os homens e respetivos parceiros, são fundamentais para o regresso à atividade sexual após o cancro da próstata, fazendo com que seja mais rápido e a ligação não seja perdida por demasiado tempo. Quanto mais tempo demorar esse regresso, mais difícil será.