O presidente russo decretou, esta quarta-feira dia 21 de setembro, a mobilização imediata com vista a reforçar o contingente que participa na invasão da Ucrânia. Logo após o anúncio, os voos para fora da Rússia começaram a esgotar.
A medida, apelidada por Moscovo de mobilização parcial, foi dada a conhecer durante uma declaração televisiva, transmitida durante a manhã, mas que já teria sido gravada. Recorde-se que Putin garantiu, durante largos meses, que a guerra seria travada apenas por profissionais.
Os rumores de que os homens em idade militar não seriam autorizados a deixar o país, começaram a espalhar-se após o anúncio de falsos referendos que pretendem abrir caminho para a anexação formal de partes da Ucrânia, muitas delas fora do controlo Russo.
O ministro da defesa, Serguei Choigu, garantiu que iriam ser chamados somente 300 mil reservistas, apesar do decreto de mobilização ter um efeito bastante mais amplo. Estes reservistas, segundo o ministro, receberão todo o treino e equipamento apropriados e, em seguida, serão instruídos a “cumprir sua tarefa militar”.
O Kremlin assegurou que os homens agora mobilizados receberão o mesmo “que os soldados contratados nas Forças Armadas Russas”. Ao mesmo tempo, os contratos em vigor no exercito foram estendidos até ao fim da guerra.
Na passada semana, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou qualquer tipo de mobilização e recusou-se a dizer se a Rússia iria fechar as suas fronteiras nesse caso. No entanto, desde a publicação do decreto de mobilização, todos os homens elegíveis, ou seja cerca de 25 milhões, estarão proibidos de deixar suas áreas de residência sem documentos das forças armadas que o autorizem.
Mesmo assim, durante a manhã desta quarta-feira, os voos diretos entre Moscovo e Istambul na Turquia e Yerevan na Armênia, esgotaram segundo dados da Aviasales. Ambos os destinos permitem a entrada de russos sem visto. Outras rotas, incluindo para Tbilisi, na Geórgia, também ficaram sem lugares livres, enquanto os voos mais baratos para o Dubai custavam mais de 300.000 rublos (cerca de €4.500), ou seja, cerca de cinco vezes o salário médio mensal.
Uma das primeiras a reagir foi a embaixadora norte-americana na Ucrânia, Bridget Brink. A diplomata considerou que o anúncio da mobilização parcial de cidadãos na Rússia e os referendos para a anexação de territórios ucranianos são um “sinal de fraqueza, de fracasso” das autoridades russas.