Um grupo de seis homens, desmantelado em julho de 2017, utilizava um armazém, em Folgosa, na Maia, para desmantelamento de carros furtados.
Os arguidos eram peritos no furto de automóveis por encomenda, estando equipados com tecnologia de topo que permitisse iludir/distrair os equipamentos de vigilância. No total, conseguiram 220 mil euros em carros, em pouco mais do que 10 meses.
Os veículos não eram escolhidos à sorte, uma vez que o grupo apenas furtava veículos topo de gama, para depois serem desmantelados no imóvel localizado em Folgosa.
Grupo utilizava aparelho que captava o sinal da chave
O primeiro furto de viaturas foi consumado em fevereiro de 2017, em Braga, onde o grupo conseguiu apoderar-se de um Citroën Cactus, avaliado em 20 mil euros.
Na Póvoa de Varzim, o grupo localizou um BMW 320. Para poder aceder ao seu interior, utilizaram um aparelho avançado tecnologicamente que capta o sinal da chave original, iludindo o sistema de vigilância do veículo. “Com o uso de um aparelho eletrónico de descodificação de módulo centralina e sem causar quaisquer danos, os arguidos lograram abrir o veículo e colocá-lo em funcionamento, abandonando, de seguida, o local, na sua posse”, descreve o MP.
Utilizando o mesmo “modus operandi”, o grupo conseguiu furtar três Mercedes topo de gama, que nunca chegaram a ser recuperados.
Não se ficando pelo furto de veículos, os indivíduos, em março de 2017 (quatro meses antes do grupo ser desmantelado), foram ao Stand Pinto e Sousa, em Ermesinde, destruíram a fechadura do portão de entrada do estabelecimento e a central de alarme para poderem aceder ao escritório, onde lá estavam guardadas a chave de dois Audis (A3 e A4), um Citroën DS e um BMW X3, veículos avaliados em mais de 80 mil euros, desmantelados no armazém de Folgosa.
Dos seis arguidos, dois são da Trofa, um de Vizela, dois de Ermesinde, um da Maia e um de Braga. Em julho de 2017, no seguimento de buscas e detenções, o grupo foi desmantelado pela PSP.
Os arguidos estão a ser julgados no Tribunal de Braga, a responder pelos crimes de furto, falsificação de documentos e recetação por suspeitas de terem furtado nove veículos, em 2017. Dois estão presos, a cumprir pena relativa a outros processos.