Os trabalhadores da Fico Cables, em Maia, Portugal, voltaram a fazer greve na sexta-feira, 31 de março, para exigir um aumento nos salários.
Dizem-se insatisfeitos com a revisão das atualizações salariais realizadas em janeiro e alegam que não tem havido resposta da administração às suas reivindicações.
Os trabalhadores realizaram uma greve de duas horas por turno, exigindo um aumento salarial, a atualização do subsídio de alimentação, a redução do horário de trabalho, a implementação de uma pausa adicional de 10 minutos, a eliminação de todas as formas de discriminação, a atribuição do dia de aniversário a todos os trabalhadores e o fim da avaliação de desempenho. Os grevistas afirmam que a avaliação de desempenho resulta em aumentos salariais injustos.
Filipe Pereira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte), disse o JN que o salário de grande parte dos operários da Fico Cables “ronda o salário mínimo nacional”. Os aumentos na ordem dos 40 euros, segundo a inflação e a recente subida do custo de vida, “são insuficientes”.
Paula Gonçalves, também dirigente sindical da SITE Norte, referiu ao mesmo jornal que trabalha na Fico Cables há 20 anos e recebia o salário mínimo, tendo sido aumentada em 30 euros. “Eles têm carros topo de gama aqui, para eles há milhões e para nós apenas tostões”, criticou.
Margarida Faustino, uma trabalhadora, afirmou ainda o Jornal de Notícias que há colegas que não aderem às greves com medo de possíveis consequências. Até o momento, a administração da empresa não comentou as greves.