José Sócrates falou ao país, na noite de 6 de abril de 2011, para anunciar que o Governo decidiu pedir ajuda externa. Precisamente há 12 anos.
Nas semanas seguintes iria negociar o acordo com a Troika com vista à ajuda financeira ao país, que considerou ser “bom” e sem despedimentos nem cortes nos salários da função pública.
“O Governo decidiu hoje mesmo dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira por forma a garantir as condições de financiamento do nosso país, ao nosso sistema financeiro e à nossa economia”, anunciou Sócrates ao início da noite, pressionado por declarações feitas nessa tarde por Teixeira dos Santos, ex- ministro das Finanças, indicando que seria “necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu”.
Posto isso, foi mesmo José Sócrates a chamar a Troika, pela terceira vez em menos de 30 anos, contudo, seria o seu sucessor, Pedro Passos Coelho, a dirigir o país durante a intervenção internacional e a anunciar, em 4 de maio de 2014, a “saída limpa” do programa de resgate financeiro.
Entretanto, já se passaram mais de 10 anos desde que foi assumida a necessidade de ajuda externa, e Portugal foi reduzindo progressivamente o défice orçamental, que passou dos 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) registados em 2011 para 0,3% em 2018.
Foi em 2019, com Mário Centeno na pasta das Finanças, que Portugal alcançou o primeiro excedente das contas públicas da sua história democrática, com um saldo positivo de 0,1% do PIB. O valor projetado para 2020 era semelhante, não fosse a pandemia provocada pela vírus da covid-19.
Recorde a intervenção do antigo primeiro ministro, José Sócrates: