No final de 2021, o governo português anunciou a intenção de privatizar a sua participação na Efacec, detendo atualmente 71,73% do capital social da empresa. Desde então, várias entidades têm manifestado interesse em adquirir a participação do Estado.
A desistência da empresa Mota-Engil confirmou, de acordo com o jornal ECO, que são agora quatro os candidatos restantes para a compra da Efacec. O consórcio formado pela Visabeira e pela Sodecia e os três fundos de private equity – o português Oxy Capital e os internacionais Mutares e Oaktree – apresentaram as suas propostas melhoradas dentro do prazo estabelecido.
No entanto, a situação financeira da Efacec tem vindo a deteriorar-se nos últimos anos, com prejuízos crescentes e dificuldades em cumprir as suas obrigações financeiras. De acordo com informações do ECO, a empresa estaria a receber transferências do Estado que rondavam os 14 milhões de euros mensais. Além disso, a Efacec tem enfrentado penalizações por contratos não cumpridos de projetos que ganhou.
Em 2022, os prejuízos operacionais da Efacec foram de 90,6 milhões de euros, mais do dobro em relação ao ano anterior, quando registou prejuízos de 38,9 milhões. A empresa tem contado com o apoio do Estado e das transferências da Parpública, empresa que gere a participação do Estado na Efacec, para conseguir pagar salários, dívidas à banca, impostos e outras obrigações financeiras.
Nesse contexto, a privatização da empresa assume-se como uma forma de garantir a sua sustentabilidade financeira e a continuidade das suas atividades. O processo tem gerado interesse por parte de empresas e fundos de investimento, que procuram aproveitar as oportunidades de negócio no setor da energia e no mercado português.
O resultado final da privatização ainda não é conhecido, mas a análise das propostas recebidas deverá ser realizada nos termos previstos no caderno de encargos anexo à resolução do Conselho de Ministros n.º 107-A/2022, de 21 de novembro.