A Netflix criou uma onda de polémica após o lançamento do documentário “Queen Cleopatra”. A controvérsia está relacionada com a escolha da atriz principal, uma mulher negra, para interpretar a icónica rainha do Antigo Egito.
A polémica começou logo depois da Netflix ter lançado o trailer, com os internautas a tecerem duras críticas pela escolha de uma atriz negra para o papel de Cleópatra num documentário, uma vez que a rainha do egipto era descendente de gregos (da antiga macedónia). A plataforma de streaming teve mesmo de desativar os comentários, face à quantidade de críticas que recebeu.
Jada Pinkett Smith, atriz norte-americana que é casada com Will Smith, produtora executiva e narradora da série, também expressou sua opinião: “raramente temos a oportunidade de ver ou escutar relatos sobre rainhas negras, e, ter a chance de conhecê-las – já que existem muitas – foi extremamente relevante para mim, bem como para a minha filha e para a nossa comunidade.”
Já a atriz principal convidou quem não gosta do casting a não ver o documentário:
“Se não gostam do casting não vejam a série”, respondeu a atriz.
Especialista egípcio pede boicote à Netflix e acusa a Netflix de tentar “promover o pensamento afrocêntrico
Zahi Hawass, um proeminente egiptólogo e ex-ministro das antiguidades, declarou ao jornal al-Masry al-Youm que “isto é completamente falso. Cleópatra era grega, ou seja, tinha pele clara, não era negra”.
Hawass afirmou que os únicos governantes do Egito conhecidos por serem negros foram os reis kushitas da 25ª dinastia (747-656 a.C.).
Ele acrescentou que a Netflix “está a tentar provocar confusão ao espalhar factos falsos e enganosos de que a origem da civilização egípcia é negra” e pediu aos egípcios que se posicionassem contra a plataforma de streaming.
No domingo, o advogado Mahmoud al-Semary apresentou uma queixa às autoridades egípcias, exigindo que sejam tomadas “as medidas legais necessárias” para bloquear o acesso aos serviços da Netflix no Egito.
Al-Semary alega que a série inclui material visual e conteúdo que violam as leis de comunicação social do Egito e acusa a Netflix de tentar “promover o pensamento afrocêntrico… que inclui slogans e escritos destinados a distorcer e apagar a identidade egípcia”.
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