No julgamento do caso do incêndio que resultou na morte de 11 pessoas numa associação em Tondela, os sócios-gerentes de uma empresa sediada em Águas Santas, na Maia, afirmaram em tribunal que realizaram o isolamento em poliuretano do telhado metálico da associação, antes da instalação da salamandra, cujo tubo superaqueceu e foi a causa da tragédia.
“Foi possível que o tubo tenha sido colocado depois do revestimento. Poderiam ter feito um furo no teto para a instalação da salamandra posteriormente, e outro revestimento de poliuretano pode ter sido aplicado”, afirmou um dos sócios-gerentes, citado pelo Jornal de Notícias. “Nunca aplicaríamos poliuretano em volta do tubo sem deixar pelo menos dez centímetros de proteção”.
De acordo com o mesmo jornal, o empresário também declarou que o poliuretano utilizado na obra “não arde e não produz partículas incandescentes”. As faturas referentes ao trabalho já não existem, mas um “cronograma mensal” da obra indica que esta foi realizada em 2005.
O incêndio ocorreu durante um torneio de sueca em janeiro de 2018, na Associação de Vila Nova da Rainha, em Tondela. O único arguido é o então presidente da coletividade, que está acusado de homicídio e ofensas corporais por negligência.