O Ministério Público acusou 33 membros de uma organização familiar, que realizava assaltos a armazéns e camiões, utilizando técnicas que incluíam arrombamento de paredes. O grupo conseguia furtar uma diversidade de itens, como bacalhau, roupa, eletrodomésticos, e até mesmo cadeiras de bebé e fraldas. As informações e o planeamento das operações eram realizadas numa quinta, em São Pedro Fins, o mesmo local utilizado para dividir em lotes e vender o produto dos roubos.
Ao longo de quase três anos, esses indivíduos, muitos dos quais eram parentes, cometeram 41 assaltos em vários concelhos do Norte e Centro do país. Utilizando buracos nas paredes de armazéns ou cortando lonas de caminhões estacionados na rua, eles conseguiram roubar centenas de quilos de bacalhau e peixe congelado, milhares de peças de vestuário, calçados, eletrodomésticos e outros itens.
Segundo avançou o Jornal de Notícias, o valor total dos materiais roubados, que posteriormente eram leiloados ou vendidos em feiras e redes sociais, ultrapassou 1,4 milhões de euros. No entanto, o Ministério Público alega que o lucro obtido com os crimes foi ainda maior e está pedindo que os acusados sejam condenados a pagar ao Estado mais de 6,7 milhões de euros.
Essas informações constam na recente acusação apresentada pelo Ministério Público, tal como citado pelo mesmo jornal. Os 33 homens e mulheres, residentes no Grande Porto, foram indiciados por crimes de furto.
Os assaltos eram realizados por pequenos grupos responsáveis pela escolha dos locais a serem assaltados e pela vigilância dos funcionários das empresas visadas. As informações recolhidas eram analisadas numa quinta em São Pedro Fins, na Maia, num bairro de Rio Tinto, Gondomar, ou na sede de um clube em Leça do Balio, Matosinhos.
Na calada da noite, os assaltantes arrombavam os portões dos armazéns ou faziam um buraco na parede dos edifícios para aceder ao material. Noutras situações, os alvos eram camiões estacionados na rua ou em parques de empresas, sendo cortada a lona dos reboques para carregar os produtos para as carrinhas dos assaltantes, que posteriormente se dirigiam para a quinta em São Pedro de Fins. Aí, o material roubado era dividido em lotes e leiloado pelos membros da organização ou vendido a possíveis compradores.