A cidade de Beja, situada na pitoresca região do Alentejo, alberga um singular monumento comemorativo que presta homenagem a Gonçalo Mendes da Maia, conhecido como o Lidador, como tão bem sabemos na Maia.
Este monumento, com traços arquitetónicos inspirados na Ermida de Santo André, é caracterizado por um marcante painel de azulejos que ilustra a cena da morte do Lidador. O painel, uma obra de arte assinada por Jorge Colaço em 1940, é o elemento central da obra, conferindo uma dimensão de riqueza histórica e cultural ao local.
Localizado na União das freguesias de Beja (Salvador e Santa Maria da Feira), é um marco de interesse nacional e está situado dentro da Zona Especial de Protecção do Convento de São Francisco. A sua presença no Jardim Público de Beja não só contribui para o embelezamento do cenário urbano, como também serve de recordação da rica história de Portugal.
A história de Gonçalo Mendes da Maia, “o Lidador”, é uma verdadeira lenda de devoção à nação. Nascido por volta de 1079, filho de Mendo Soares e de Leodegunda Soares, da casa dos Baiões, a sua bravura e personalidade criaram um forte laço com D. Afonso Henriques. Juntos, lutaram pela independência de Portugal, enfrentando inicialmente D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, depois vários grupos religiosos, e finalmente os infiéis no sul do país. Graças ao seu espírito indomável e às suas inúmeras vitórias épicas, Gonçalo ganhou o apelido de “O Lidador”.
Diz a lenda que, mesmo em idade avançada, quando o primeiro Rei de Portugal estendia a sua conquista ao Alentejo, Gonçalo Mendes da Maia continuou a lutar. Na sua última batalha, com 95 anos, enfrentou o rei Almoleimar. Este episódio, conhecido como “a morte do Lidador”, foi imortalizado no Nobiliário do conde D. Pedro, apesar das suas diversas incoerências. Este é o momento que o monumento comemorativo de Beja, com o seu painel de azulejos assinado por Jorge Colaço, pretende celebrar.