Os pedidos de empréstimos para a compra de habitação sofreram uma considerável diminuição, porém o valor das casas adquiridas através de crédito continuou a subir, embora num ritmo mais lento.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta segunda-feira, dia 29 de maio, foram realizadas 21.257 avaliações em abril, representando uma redução de 34,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, ou seja, menos 403 avaliações em relação a março (-1,9%).
Apesar dessa queda no número de avaliações bancárias, o valor mediano por metro quadrado registou um aumento, revertendo a queda de sete euros observada em março. O acréscimo foi de oito euros, elevando o valor para 1491 euros, representando um aumento de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado e um aumento de 0,5% em relação a março deste ano.
No entanto, em termos homólogos (abril de 2023 em comparação com abril de 2022), o valor mediano da avaliação bancária desacelerou, após ter atingido 11,4% de crescimento em março.
A forte subida das taxas Euribor é uma das principais razões para o abrandamento na concessão de novos empréstimos à habitação. Os três prazos utilizados nesse tipo de crédito atingiram novos máximos nesta segunda-feira, sendo os mais elevados desde novembro de 2008.
Das 21.257 avaliações realizadas por peritos avaliadores independentes, 13.771 foram relativas a apartamentos e 7.486 a moradias.
De acordo com os dados do INE, em abril, o valor mediano da avaliação bancária de apartamentos fixou-se em 1667 euros por metro quadrado, registando um aumento de 10,6% em relação a abril de 2022. Os valores mais elevados foram observados no Algarve (2067 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1992 euros), enquanto o centro do país registou o valor mais baixo (1108 euros). A Região Autónoma da Madeira apresentou o maior crescimento homólogo (19,1%), enquanto o centro registou o menor crescimento (9,2%).
No caso das moradias, o valor mediano da avaliação bancária em abril foi de 1137 euros por metro quadrado, representando um aumento de 5% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os valores mais elevados foram observados no Algarve (2121 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1951 euros), enquanto o centro e o Alentejo registaram os valores mais baixos (911 euros e 965 euros, respetivamente).