O UNICEF apela à comunidade internacional para uma ajuda imediata de 838 milhões de dólares, um aumento de 253 milhões em relação ao inicialmente previsto.
Com seis semanas de conflito, o Sudão enfrenta uma crise humanitária de proporções alarmantes. Mais de 13,6 milhões de crianças encontram-se em situação de vulnerabilidade, necessitando urgentemente de assistência humanitária – um número sem precedentes na história do país. O prolongamento do conflito traduz-se num aumento diário da violência, ameaçando a vida e o futuro de milhões de crianças e suas famílias, com interrupções nos serviços básicos e a destruição de infraestruturas de saúde.
A necessidade de auxílio humanitário torna-se cada vez mais urgente, à medida que as populações vulneráveis lutam pela sobrevivência. Com a escalada da violência, o acesso a bens básicos tem sido cada vez mais difícil de assegurar. Antes do início do conflito, em Abril de 2023, cerca de nove milhões de crianças já se encontravam em necessidade crítica de assistência humanitária.
Adele Khodr, Diretora Regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África, salienta a dimensão trágica do conflito: “Estas crianças não são apenas números, são seres humanos com famílias, sonhos e aspirações. Elas são o futuro do Sudão, e não podemos ficar de braços cruzados enquanto as suas vidas são destruídas pela violência. As crianças do Sudão merecem uma oportunidade para sobreviver e prosperar. Nenhum esforço deve ser poupado por todos os intervenientes para proteger as crianças e os seus direitos”.
O cenário catastrófico, que já se verificava antes do conflito, torna-se agora ainda mais grave, com o acesso a alimentos, água potável, eletricidade e telecomunicações cada vez mais dificultado. Mais de um milhão de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, encontrando-se deslocadas internamente no Sudão, incluindo 319 mil que já cruzaram para países vizinhos, metade dos quais se acredita serem crianças.
Sem uma resposta humanitária imediata e abrangente, as consequências do deslocamento, da falta de serviços sociais básicos e da proteção terão efeitos devastadores – e a longo prazo – nas crianças.
O UNICEF vê-se forçado a rever o seu pedido de ajuda em alta, necessitando agora de um total de 838 milhões de dólares para responder às necessidades urgentes adicionais, como o tratamento de mais de 620 mil crianças que sofrem de subnutrição aguda grave, metade das quais corre risco de vida se não receberem assistência a tempo.
A UNICEF continua a atuar no Sudão, fornecendo, em conjunto com os seus parceiros, serviços básicos de saúde, água, saneamento, nutrição e proteção infantil em todo o país, apesar dos desafios do acesso humanitário e da segurança devido ao conflito ativo.